Dia Mundial de Combate ao AVC: Hugol e Crer são referências no tratamento e reabilitação de pacientes, em Goiás
Unidades do Governo de Goiás desempenham um papel vital na minimização das sequelas e na melhora da qualidade de vida dos sobreviventes de AVC
Celebrado no dia 29 de outubro, o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) destaca a seriedade dessa condição, que continua sendo uma das principais causas de mortalidade no Brasil. Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde – DATASUS, em 2020, cerca de 99 mil mortes foram atribuídas ao AVC, com novos casos surgindo a cada 1,5 a 2 minutos, totalizando quase mil diagnósticos por dia. O AVC isquêmico, responsável por 75% dos casos, é o tipo mais frequente, sendo os principais fatores de risco a hipertensão, obesidade, glicemia elevada, poluição do ar e tabagismo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), globalmente, o AVC é a segunda principal causa de morte, representando 11% dos óbitos no mundo.
Em Goiás, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) são referências no tratamento e reabilitação de pacientes acometidos por AVC. O Hugol é crucial no atendimento emergencial, assegurando intervenções rápidas que podem salvar vidas e prevenir sequelas graves. Já o Crer foca na reabilitação, promovendo a recuperação das funções perdidas e facilitando a reintegração dos pacientes à vida cotidiana. Juntas, essas instituições desempenham um papel vital na minimização das sequelas e na melhora da qualidade de vida dos sobreviventes de AVC.
Integralidade no tratamento
O Hugol é o único hospital do Estado de Goiás que trata o AVC em sua integralidade, pois trata os dois tipos de AVC: o isquêmico (quando há bloqueio de um vaso sanguíneo) e o hemorrágico (quando há rompimento de um vaso sanguíneo). O neurocirurgião da unidade, Dionísio Figueiredo Lopes, explica que o AVC isquêmico é o mais comum, responsável por 80% dos casos, mas o AVC hemorrágico é o mais perigoso, pois apresenta maior risco de morte e sequelas graves.
“No Hugol, realizamos o tratamento desses dois tipos de AVC. No caso do AVC isquêmico, o tratamento pode ser feito com medicamentos trombolíticos administrados na veia do paciente. Esse tratamento deve ser realizado em até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Já no caso de um AVC hemorrágico, o tratamento emergencial visa estabilizar a condição do paciente, controlando a pressão arterial, a hemorragia e possíveis complicações. Em casos graves, é necessário realizar um procedimento cirúrgico para retirada do sangue do cérebro”, esclarece Dionísio.
O neurocirurgião explica ainda que em caso de sintomas como paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala, dor de cabeça súbita e rebaixamento do nível de consciência, o indicado é acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para receber o atendimento inicial e encaminhamento para uma unidade especializada. “O Hugol possui uma equipe de neurocirurgia especializada, 24 horas por dia, para tratamento do hematoma cerebral decorrente do AVC. Além disso, possui uma equipe de neurocirurgia vascular com ampla experiência no tratamento do AVC hemorrágico, causado por aneurismas cerebrais”, afirma.
Só no ano de 2023, o Hugol atendeu 1.948 pacientes vítimas de AVC, que chegaram pela urgência e emergência. Desses, 969 eram do sexo feminino e 979 do sexo masculino. Já no ano de 2024, de janeiro a setembro, foram atendidos 1.240 pacientes vítimas de AVC, 573 do sexo feminino e 667 do sexo masculino. Vale ressaltar que 60% dos pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) que chegaram ao Hugol possuem mais de 65 anos.
Reabilitação e apoio da família
O paciente que sofreu um AVC e está clinicamente estável, porém ainda na fase aguda/flácida da recuperação, pode ser encaminhado à internação no Crer para uma reabilitação intensiva, indicada para casos mais recentes, de até 6 meses da lesão, onde ele recebe diversas terapias diariamente, por aproximadamente 25 a 30 dias. Para os casos após esse período agudo, o paciente passa por uma consulta global, onde pode ser encaminhado para terapias ambulatoriais com fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, laboratório de marcha, entre outras.
O gerente de Reabilitação Física e Visual do Crer, Eduardo Carneiro, comenta que além da reabilitação, outro ponto crucial no tratamento é a capacitação do familiar como cuidador. “A família tem que ter a consciência de que eles são parte fundamental na recuperação do paciente, pois ele está muito debilitado nesse momento e precisa de ajuda nessa fase de readaptação. O Crer possui o Reabilitar para Cuidar, que é um programa que empodera os familiares a serem parte integral do cuidado, auxiliando em conjunto com a equipe do hospital a reinserir o paciente na sociedade”, afirma Eduardo.
Raimundo Nonato Pereira Lima, de 62 anos, natural do Maranhão e morador de Goiânia, enfrenta diariamente o desafio de se recuperar de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorrido em 2022. Ele recebe tratamento na unidade, onde sua determinação em sua recuperação é evidente. “Não é fácil, mas luto todos os dias. Com fé e esforço, sei que vou vencer”, afirma Raimundo, que realiza exercícios diários no ginásio do Crer e em casa. Após 10 meses de tratamento na unidade, ele expressa gratidão pelos profissionais que o assistem e pela evolução que tem alcançado: “Os médicos e terapeutas são extremamente capacitados. Sem eles, não sei onde estaria hoje”, conta, emocionado.
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