26 de junho de 2025
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Selic em 15% traz oportunidades de investimentos em renda fixa e encarece linhas de crédito

Para XP, juros ficarão no mesmo patamar até 2026

Em decisão já esperada por parte do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em sua reunião de junho, aumentar a taxa Selic em 0,25 p.p., de 14,75% para 15,00% ao ano (sétimo aumento consecutivo). Este é o maior valor desde 2006 e coloca o Brasil entre os países com os juros reais mais elevados do mundo.  
Em nota, os economistas da XP avaliam que o Copom sinalizou o fim do ciclo de alta. “Acreditamos que a decisão desta semana foi a última alta deste ano. A política monetária segue bastante contracionista e a inflação parece ter se estabilizado — embora em níveis elevados. Nossos modelos indicam que manter a Selic em 15,00% até meados do próximo ano seria suficiente para trazer a inflação para próximo do intervalo da meta em 2026 e dentro da banda em 2027”.

Imagem: divulgação internet

Economistas da XP avaliam em relatório que algum grau de flexibilização monetária parece provável no ano que vem. “No entanto, isso dependerá fortemente de como evoluirá a economia global e, sobretudo, das perspectivas para a política econômica doméstica em 2027 — que seguem incertas, dado o calendário eleitoral”, ponderam.

O Boletim Focus mais recente, compilado pelo Banco Central (BC), aponta para estabilidade da taxa no curto prazo, com início de cortes projetado apenas para o ano que vem. Até lá, o BC parece disposto a tolerar os custos de juros elevados para preservar a credibilidade de sua política monetária e buscar a meta de inflação.  

Na avaliação de Marco Loureiro, sócio e líder regional da XP no Centro-Oeste, o impacto da alta taxa de juro Selic é negativo, especialmente para o agronegócio, mas também abre oportunidades de diversificação de investimentos em renda fixa. “Nossa região depende de crédito rural e financiamento de máquinas e insumos. A manutenção da Selic em patamar elevado encarece essas linhas de crédito. O agronegócio do Centro-Oeste pode adiar investimentos em tecnologia e expansão com o custo do crédito nesse nível. Para os investidores, alinhados ao time de alocação da companhia, orientamos privilegiar exposições em renda fixa, principalmente os pós-fixados (atrelados ao CDI) e os indexados à inflação (IPCA+), mas sem abrir mão da diversificação, necessária para atravessar períodos mais incertos como os atuais”, destaca.

Por Ana Freitas

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