12 de julho de 2025
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10 passos para construir uma casa segura e econômica

Engenheiro dá dicas de como se planejar para construir a casa dos sonhos sem dor de cabeça e sem pesar no bolso

O sonho da casa própria é uma das principais metas de 9 em cada 10 brasileiros que ainda não são proprietários do imóvel em que moram, segundo recente pesquisa Datafolha. Mas realizar esse sonho requer muito cuidado e atenção para que a alegria não se torne em decepção, principalmente para quem deseja conduzir uma construção independente, fazendo as próprias compras de materiais e contratação de profissionais. 

Quem opta por construir sua casa deve primar por medidas que evitam desperdício, retrabalho e custos extras, problemas que são comuns para quem segue essa jornada. Mais de 62 milhões de casas no Brasil, ou seja, cerca de 88% das construções residenciais são feitas utilizando o sistema de alvenaria, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD Contínua), coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estruturas usam concreto armado, paredes de tijolo cerâmico e revestimento com argamassa cimentícia. Contudo, uma pesquisa desenvolvida pela Escola Politécnica da USP detectou que os desperdícios de materiais de construção no sistema de alvenaria chegam a 8%. Já a soma das perdas, incluindo retrabalho, pode alcançar 30% do custo final da obra. 

Já outro estudo recente da Universidade de Brasília (UnB) revelou que o retrabalho em obras pode aumentar os custos totais em até 42%. A pesquisa analisou o impacto do retrabalho em vários aspectos de um projeto, incluindo custos, qualidade e prazos de entrega. Por isso, planejar e acompanhar as obras por etapas, garantindo que não haja desperdício e nem retrabalho, é um alívio para o bolso e para a mente do dono da obra. Para evitar dor de cabeça, veja, abaixo, dicas do engenheiro civil João Victor Vilela Neves, gerente de engenharia e incorporação do Grupo Soares, que integra a rede de lojas Irmãos Soares, além de operações na área de incorporação imobiliária, boutique de acabamentos, agronegócios, tecnologia, entre outros. 


*1.  Faça um projeto* 

Uma casa é um projeto de longo prazo. Provavelmente, sua família irá viver no lugar por bons anos. Por isso, é preciso pensar em espaços que vão atender seus integrantes tanto no presente quanto no futuro. O primeiro passo para isso é listar as necessidades atuais e futuras de toda família. “Pense também em possíveis ampliações, economia de energia e acessibilidade. Em muitos casos, os proprietários precisam quebrar paredes depois de prontas porque não pensaram em tudo desde o início”, diz o engenheiro João Victor, gerente de engenharia e incorporação do Grupo Soares. 

Ele lembra ainda que, embora seja recorrente a ideia de que contratar um engenheiro ou arquiteto seja um gasto alto e desnecessário, esse pensamento é uma falácia. “Escolher, desde o início, um engenheiro e um arquiteto não é gasto, é investimento inteligente. Percebemos, na prática, que as pessoas que optam por fazer esse investimento, conseguem reduzir em torno de 10 a 15% nos custos finais da obra”, destaca. 

*2. Faça um planejamento financeiro*

Antes de tudo, defina quanto você pode investir. Coloque no papel todos os custos envolvidos com terreno, materiais, mão de obra, taxas e imprevistos. Reserve uma margem para despesas inesperadas (em torno de 10% do total). Com a planilha de orçamento e cronograma feitos por um engenheiro, é possível comprar só o necessário, na hora certa. Isso evita sobra de material, perda e atrasos que encarecem a obra.

*3. Escolha bem o terreno*

Um terreno mal escolhido pode virar um problemão. Verifique se o terreno tem infraestrutura (água, esgoto, energia, acesso) e se o solo é adequado para aquele modelo de construção que você deseja. Evite terrenos com inclinação acentuada ou com risco de alagamento. Isso pode gerar altos custos na fundação.

*4. Obra legalizada gera menos dor de cabeça*

Um engenheiro ou arquiteto habilitado cuida da parte legal, aprova o projeto na prefeitura e segue todas as normas. Construir na informalidade é perigoso! Faça a planta aprovada, tire o alvará, siga as normas. Isso evita multas e garante mais segurança, além de  valorizar o imóvel lá na frente.

*5. Dê atenção especial aos materiais de construção* 

Uma dica valiosa, principalmente para quem está começando a construir, é dedicar uma atenção especial aos materiais de maior volume — como cimento, areia, brita, tijolos e vergalhões. “Esses são os que mais pesam no bolso e também impactam diretamente na qualidade e durabilidade da sua obra. Então, é essencial escolher fornecedores confiáveis, que ofereçam produtos certificados, com procedência garantida. Uma vantagem que o consumidor deve buscar e que ajuda muito é o serviço de consultores especializados que te orientam sobre o tipo de material ideal para seu projeto, considerando o orçamento e a etapa da construção, como o que temos na Irmãos Soares”, exemplifica João Victor Neves. 

*6. Fazer a obra por etapas ou de uma vez só?*

Segundo o engenheiro, João Victor Vilela Neves, essa é uma dúvida comum e a verdade é que vai depender muito da situação financeira da família. Mas, em termos práticos e econômicos, sim, fazer a obra de uma vez só tende a ser mais vantajoso. “Quando você fraciona demais, acaba pagando mais caro pela mão de obra — porque o pedreiro precisa voltar várias vezes, os serviços são renegociados, há mais desperdício e até retrabalho. Agora, se o orçamento está apertado,. Uma estratégia inteligente é parcelar os materiais com fornecedores de confiança e usar o dinheiro disponível para manter o ritmo da mão de obra”, destaca o especialista. Na Irmãos Soares, por exemplo, é possível parcelar a compra de materiais de construção em até 10 vezes. 

*7. Foque em soluções sustentáveis e eficientes*

Invista em sistemas que gerem economia no longo prazo: iluminação natural, telhados térmicos, reaproveitamento de água da chuva e energia solar. Isso reduz o custo de manutenção da casa depois de pronta e gera economia futura.

*8. Contrate mão de obra qualificada*

Não adianta ter bom projeto e material adequado se quem executa não tem experiência. Um bom pedreiro, eletricista e encanador fazem toda a diferença no resultado da obra. Bons profissionais sabem onde dá pra economizar e onde é obrigatório investir, como na estrutura e na parte elétrica. Vão indicar materiais duráveis e acessíveis, evitando que você gaste duas vezes com reformas precoces. Nem sempre o mais caro é o melhor. Avalie custo-benefício. 

*9. Separe um percentual para a fase de acabamento*

A fase de acabamento é a que mais se gasta. Em média, o acabamento pode consumir de 30% a 40% do orçamento total da obra, dependendo do padrão escolhido, segundo Neves. É aí que entram os pisos, revestimentos, louças, metais, iluminação, pintura, entre outros. Por isso, a dica de ouro é: nem sempre o mais caro é o melhor. Hoje em dia, existem muitas opções de revestimentos e acabamentos com excelente custo-benefício. Busque produtos que aliem qualidade estética e técnica. “Vale a pena visitar uma loja, conversar com os vendedores, montar simulações de ambientes e, principalmente, não se empolgar demais com as modinhas que podem pesar no bolso sem agregar tanto valor”, enfatiza o engenheiro do Grupo Soares. 

*10. Acompanhe a obra de perto*

Mesmo com profissionais contratados, acompanhe cada fase. Isso permite identificar problemas logo no início e evita desperdícios. Se não puder acompanhar, contrate alguém de confiança para fazer isso.

Por Manoela Messias

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