17 de agosto de 2025
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Como notar problemas visuais em crianças antes da idade escolar?

Oftalmologista cita o que deve ser observado pelos cuidadores e a importância do acompanhamento médico

Pesquisa conjunta da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB) e da Fundação Seva aponta que quase 800 mil crianças brasileiras vão para a escola com problemas de visão não corrigidos, o que os leva a aprender significativamente menos. Segundo o levantamento, uma criança com deficiências oftalmológicas como miopia, astigmatismo e hipermetropia aprende aproximadamente metade do que outra com a visão boa ou corrigida.

Imagem: divulgação internet Freepik

O vice-presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Leiser Franco, aponta quais os problemas mais comuns nas crianças. “Os principais problemas visuais na infância são os erros refracionais, ou seja, miopia, hipermetropia e astigmatismo, além do ceratocone e do estrabismo”, elenca. “Cada condição deve ser avaliada e diagnosticada o quanto antes para o melhor tratamento. Mesmo que não haja uma cura imediata, o tratamento pode evitar uma sequela visual no futuro”, completa sobre a forma de se tratar.

Vice-presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Leiser Franco

Muitas vezes não é necessário chegar à idade escolar para perceber algo de errado com a visão da criança. Por isso, o oftalmologista orienta os responsáveis. “A  infância é uma fase de grande aprendizado e a visão é um sentido fundamental para que ele ocorra. Os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos. Crianças que se aproximam muito dos objetos, com dificuldade de coordenação motora, que piscam com frequência, coçam os olhos excessivamente são alguns exemplos que podem acender uma luz amarela e chamar a atenção dos pais para uma avaliação oftalmológica”, alerta.

Capacidade de adaptação
Leiser Franco faz uma observação extra aos cuidadores. “Devemos ter em mente que as crianças se adaptam facilmente e, mesmo que tenham problemas visuais em ambos os olhos ou em apenas um, podem ter um comportamento normal. Por enxergar com dificuldade desde muito pequenas elas não irão reclamar ou alertar os adultos sobre sua condição”, afirma. “Por esta razão, os pais devem levar seus filhos para avaliações de rotina no oftalmologista uma vez ao ano, mesmo que não haja queixa ou comportamento suspeito”, completa.

O médico também ressalta que a alfabetização é um marco fundamental para a criança. “Em um primeiro momento aprendemos a ler, depois lemos para aprender. Um indivíduo com baixa habilidade em leitura irá enfrentar extrema dificuldade em seu processo de aprendizagem escolar, mesmo sendo uma criança inteligente. Identificar problemas que possam impactar no processo de alfabetização e corrigi-los no tempo adequado é fundamental para o sucesso, não só escolar, mas para a formação de um cidadão pleno e capaz de evoluir em todas as suas potencialidades”, destaca.

Por Dayse Luan

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