O que é lúpus? Descubra os sintomas e tire as suas dúvidas
No calendário das campanhas de conscientização sobre diversas condições médicas, o fevereiro roxo simboliza a compreensão e a conscientização de algumas doenças autoimunes incuráveis, entre elas está o lúpus.
Essa é uma doença que não tem cura e deve ser diagnosticada o quanto antes para ser controlada e garantir o bem-estar do paciente. Como diz o lema da campanha Fevereiro Roxo: “Se não houver cura, que ao menos haja conforto”.
Os sintomas do lúpus são diversos e podem surgir de repente ou se desenvolver com o tempo. Por isso, é primordial saber como é essa doença, como identificá-la e quando é a hora de procurar um médico.
Neste post, você vai entender o que é lúpus, como essa doença se desenvolve no organismo e qual o melhor tratamento para controlá-la a fim de ter uma boa qualidade de vida. Continue a leitura e confira!
O que é lúpus?
A palavra lúpus se origina da palavra “lupus”, que em latim significa lobo. Essa associação foi feita por médicos que assimilaram as manchas que podem surgir na face de algumas pessoas com lúpus às manchas presentes no rosto de algumas espécies de lobos.
O lúpus (lúpus eritematoso sistêmico – LES) é uma doença autoimune em que os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico passam a atacar os órgãos e tecidos saudáveis do próprio corpo. A condição é capaz de afetar estruturas importantes do nosso organismo como articulações, rins, pele, pulmões, cérebro e até mesmo o coração.
No Brasil, cerca de 65 mil pessoas sofrem com essa doença, sendo em sua maioria mulheres em idade ativa. Vale destacar que o lúpus é uma doença muito séria e pode trazer várias consequências para a vida do paciente se não for tratada corretamente, inclusive a morte.
Contudo, suas causas ainda são desconhecidas, apenas sabe-se que fatores genéticos, alguns medicamentos e até mesmo a exposição ao sol podem desencadear em algumas pessoas o surgimento dessa doença.
Além do mais, o lúpus é muito mais comum em mulheres em idade fértil do que em homens, uma vez que o estrogênio tem um papel importante na patogênese desse problema. Vale lembrar que essa doença é crônica, ou seja, não tem cura, mas é possível viver bem com ela se forem feitos os tratamentos adequados.
Quais são os sintomas do lúpus?
Os sintomas do LES variam em grau e em quantidade de órgãos acometidos, pois dependem do estágio em que se encontra a doença, em fase de atividade ou remissão. Em geral, os sintomas mais comuns entre os pacientes de lúpus são dores nas articulações, que acometem cerca de 90% dos pacientes e problemas de pele, abrangendo 80% dos casos.
Entre os sintomas mais específicos dessa doença, podemos destacar:
- lesões de pele avermelhadas, que podem surgir nas maçãs do rosto em formato de asa de borboleta;
- lesões cutâneas por fotossensibilidade (pioram depois de tomar sol), acomete cerca de metade das pessoas com essa doença;
- dores nas articulações (com ou sem inchaço);
- falta de flexibilidade nos músculos;
- inchaço nos membros do corpo;
- dor no peito e tosse seca;
- maior sangramento menstrual e das gengivas;
- linfonodos inchados;
- acometimento renal (nefrite);
- dificuldade para urinar;
- queda de cabelo;
- feridas na boca.
Além do mais, manifestações gerais dessa doença podem acompanhar as inflamações provocadas pelo lúpus, como cansaço e fadiga constantes, dor de cabeça, desânimo, mal-estar, febre, perda de apetite e emagrecimento rápido. Por isso, podem ser facilmente confundidos com outras doenças.
Qual médico procurar?
Caso identifique alguns sintomas e esteja com suspeita de estar com lúpus, é recomendado agendar um exame com um médico reumatologista para fazer o diagnóstico e avaliar o quadro clínico do paciente com o auxílio de exames de sangue, de creatinina e de urina, podendo ainda ser requeridos exames de imagens e biópsia, dependendo de qual parte do corpo é acometida.
Além do mais, caso o lúpus se limite à região cutânea, um médico dermatologista é o mais indicado para atuar em conjunto com o reumatologista como forma de ajudar o paciente ao máximo.
Como funciona o diagnóstico de lúpus?
O diagnóstico do lúpus é uma tarefa complicada, pois seus sintomas variam de pessoa para pessoa e, por terem sintomas muito semelhantes a outras patologias, podem ser facilmente confundidos. Primeiro, deve ser analisada a história clínica do paciente. Depois são feitos alguns exames. Veja a lista:
- um hemograma completo, para analisar se o paciente tem anemia;
- um exame de velocidade de sedimentação de eritrócitos, que determina a taxa em que glóbulos vermelhos são sedimentados;
- uma análise de urina, para avaliar se o lúpus afetou ou não os rins;
- e um teste de anticorpos antinucleares (ANA), que verifica se o sistema imunológico está produzindo esses anticorpos.
Qual é o tratamento para lúpus?
Essa doença não tem cura, mas deve ser controlada para diminuir o desconforto do paciente e ajudá-lo a manter a qualidade de vida. Esse controle deve ser feito por meio do acompanhamento médico, do uso de medicamentos como os corticosteróides (anti-inflamatórios chamados hormonais), da utilização de proteção solar e da adoção de hábitos saudáveis, como diminuir o estresse e praticar exercícios físicos.
Além do mais, evitar o tabagismo e não fazer o uso de anticoncepcionais com estrogênio são atitudes importantes para o controle do lúpus, pois essas duas substâncias “alimentam” a doença, podem agravar seriamente os seus sintomas e baixar a imunidade.
Os médicos também recomendam evitar ao máximo a exposição solar, pois isso pode agravar as lesões e manchas na pele. Além disso, é preciso se prevenir de infecções e adoecimentos diversos, pois o lúpus enfraquece o sistema imunológico, causando fragilidade ao organismo como um todo.
Em síntese, o lúpus é uma doença crônica autoimune grave que atinge muitas pessoas e pode ser mortal. Contudo, é possível ter uma boa qualidade de vida com essa doença apenas controlando a sintomatologia. Além do mais, é preciso ter consultas regulares com o seu reumatologista e adotar hábitos saudáveis, como cuidar de sua saúde mental e física.
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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
Fonte: vidasaudavel.einstein.br
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