17 de agosto de 2025
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Estágio segue sendo a principal porta de entrada dos jovens no mercado de trabalho

Juventude brasileira ganha mais espaço no mercado de trabalho graças a oferta de estágios, que no primeiro bimestre de 2025 registrou um aumento de 54%. A redução da população dos chamados “nem-nem” (jovens que nem trabalham e nem estudam) caiu para o menor nível desde 2012

Neste próximo 18 agosto, Dia Nacional do Estagiário, os brasileiros entre 14 e 24 anos têm bons motivos para comemorar a data. É que a empregabilidade nessa faixa etária voltou a crescer e atualmente supera o nível registrado antes da pandemia, e isso graças ao crescimento na oferta de estágios e de vagas para menores aprendizes, que seguem sendo as principais portas de entrada dos jovens no mercado de trabalho.

Segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) , o Brasil registrou um crescimento expressivo no número de vagas de estágio em pouco mais de dois anos. Em 2023 eram 642 mil estudantes do ensino superior ou secundaristas cadastrados em vagas de estágio, no primeiro bimestre de 2025 este número subiu para 990 mil, um aumento de 54%. O número total de menores aprendizes com contratos ativos também vem crescendo de forma consistente. Em fevereiro de 2025, o Brasil alcançou 633.720 vínculos de aprendizagem, o que representa um aumento de 33,52% nos últimos cinco anos — em fevereiro de 2020, o total era de 474.630.



Esse crescimento na oferta de estágios e de vagas para menores aprendizes reflete positivamente para o enfrentamento de outro desafio da juventude brasileira, a redução da população dos chamados “nem-nem” (jovens que nem trabalham e nem estudam). O número de jovens nessa situação caiu para o menor nível desde 2012, segundo o mesmo levantamento do MTE. No último trimestre daquele ano, o país registrava 2,1 milhões de meninos e 4,2 milhões de meninas nessa situação, agora, no mesmo período de 2024, os números caíram para 1,9 milhão e 3,3 milhões, respectivamente.

Conforme dados do MTE, no último trimestre de 2024, o Brasil registrou 14,5 milhões de jovens ocupados, superando os 14,2 milhões observados no mesmo período de 2019, antes da pandemia. A taxa de desemprego entre brasileiros dos 14 aos 24 anos caiu de 25,2% para 14,3%, nos últimos cinco anos. 

Primeira experiência
Cursando o quinto período de Arquitetura, Ana Carolina Borges Vaz, de 20 anos, vê no estágio oferecido pela Sim Incorporadora, empresa do setor de construção em Goiânia, uma grande oportunidade de aprendizado e de crescimento profissional. “Quando estamos em sala de aula há sim um aprendizado importante, é claro, mas no estágio você consegue colocar o que aprendeu em prática e isso faz muita diferença para nossa formação profissional, ou seja, você tem a vivência da realidade da sua futura profissão”, afirma a jovem que está há quase um ano na Sim Incorporadora.

Para  Ana Carolina, o estágio na incorporadora é literalmente a porta de entrada para o mercado de trabalho, já que é a sua primeira experiência profissional. Em seu estágio na Sim, Ana Carolina explica que acompanha obras em apartamentos recém-entregues, acompanha execução de projeto de decorados e presta orientações para corretores de imóveis. “Nessa minha rotina de trabalho no estágio eu percebo que há uma troca, pois você consegue colocar em prática o que aprende em sala de aula e o que você absorve na empresa também ajuda muito nas aulas e nas provas da faculdade. Sem falar, que você também estabelece importantes contatos, não só com arquitetos, mas com profissionais de outras áreas afins, como engenheiros e corretores de imóveis”, descreve a estagiária.

Cursando o quarto período de Administração de Empresas e também completando 11 meses de estágio na Yutá Incorporadora, outra importante empresa do setor da Construção em Goiânia, Isabelly Carolinny de Alves Santos, de 20 anos, também destaca o ganho profissional que o estágio traz. “Realmente é muito diferente o ambiente da faculdade do ambiente de trabalho. A faculdade é realmente o lugar da teoria e já na empresa você lida com situações reais, com problemas reais e isso acrescenta muito, pois você tem uma real noção do seu mercado de trabalho”, salienta a jovem, que atua no setor administrativo e financeiro da incorporadora.

Isabelly, que já tinha uma breve experiência profissional mas numa pequena empresa da sua família, avalia que um estágio amplia, não só os horizontes de conhecimento de um estudante, mas também o horizonte de oportunidades. “Outro ganho importante de um estágio é a experiência profissional que vai ser considerada em futuras seleções,  sem falar nos contatos que você já estabelece nesse campo de trabalho onde se quer atuar”, destaca.

Conhecimento compartilhado
O psicólogo e gerente de Recursos Humanos da Yutá, Jadson Medeiros, avalia que os estagiários dentro de uma empresa enriquecem o ambiente de trabalho uma vez que costumam trazer mais disposição e interesse, gerando, segundo ele, mais interação entre os membros da equipe e o compartilhando o conhecimento, vindo tanto do dia a dia do campo de trabalho, como do ambiente acadêmico.

“Os estagiários promovem organicamente dentro da empresa a junção da prática das diversas atividades com a inovação produzida nos centros acadêmicos. Esses estudantes trazem também uma energia típica de pessoas que estão com a mente aberta para fazer o seu melhor e isso influencia positivamente toda a equipe. A empresa, por sua vez, garante a continuidade de profissionais com mão de obra qualificada com senso de pertencimento, pois na maioria dos casos os estagiários acabam sendo efetivados, sendo um grande embaixador da marca”, esclarece o gestor.

Por Anderson Costa

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