21 de abril de 2025
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Alunos de arquitetura da UFG conhecem tecnologias sustentáveis do Órion Complex

Sistema de reaproveitamento de água foi o destaque da visita, cujo objetivo é permitir que futuros profissionais vejam na prática a tecnologias sustentáveis funcionando com eficiência

O reúso de água não potável é uma medida importante para melhorar a disponibilidade hídrica, uma vez que o reúso de água reduz a demanda sobre os mananciais de água potável. Contudo, esta prática ainda é pequena no Brasil. O estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil de 2018 aponta que o reaproveitamento de água não potável  chega a 2000 litros de água por segundo. A meta proposta pelo governo federal é que ele alcance 13.000 litros de água por segundo até 2030.

Em Goiânia, o Órion Business & Health Complex já está adequado a esta necessidade, pois foi entregue, já em 2018, com um robusto sistema de reaproveitamento de água. O empreendimento abriga mais de 300 clínicas, hospital, um hotel, um shopping e recebe cerca de 5 mil pessoas por dia. Pioneiro no Estado, esse sistema reutiliza a água que goteja nos drenos dos aparelhos da central de ar-condicionado, e também das chuvas que caem em seu telhado, em uma capacidade que chega a  35.700 mil litros por dia.

O funcionamento do sistema têm atraído o interesse da comunidade acadêmica. Neste mês abril, a administração do complexo recebeu um grupo de aproximadamente 40 alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG), acompanhados do arquiteto e professor da disciplina Tecnologia aplicada à arquitetura sustentável Juan Carlos Guillen, para uma visita técnica.

“Nós estávamos procurando edificações que tivessem a aplicação de algumas tecnologias de sustentabilidade e encontramos o Órion Complex. O objetivo desta visita foi que os alunos tivessem uma aproximação com essas tecnologias e vejam a possibilidade de que sim, elas podem ser aplicadas e que tenham um impacto positivo na gestão do espaço urbano. Até porque eles são um dos futuros arquitetos, quem estará em contato com o público e pode sugerir, mostrar que dá certo”, salientou Juan Carlos.


No Órion Complex, o sistema de ar condicionado das clínicas é centralizado e todo o gotejamento nos drenos dos aparelhos da central de ar-condicionado é direcionado para um tanque de reaproveitamento, com capacidade de receber até 35.700 mil litros. Já a água da chuva é captada através de um sistema no topo do edifício com as lajes impermeabilizadas. A água reaproveitada nos sistemas do Órion é usada na limpeza e manutenção de jardins, deixando portanto de usar água potável para esta finalidade. 

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa precisa de 110 litros de água por dia. Se utilizada a capacidade máxima de reaproveitamento, o empreendimento poupa o recurso hídrico potável para o consumo de 324 pessoas a cada dia. Além do benefício ambiental, a economia de água pode chegar até 50% da água consumida pela torre de clínicas, de onde é gerada a água de reúso a partir do ar condicionado.

A estudante Ana Júlia destacou a importância da visita. “Eu achei muito interessante esse reaproveitamento de água e como eles utilizam e destinam essa água, especialmente para a limpeza e para a irrigação, é muito bom ver isso na prática, já que na faculdade a gente acaba vendo isso na teoria. O reaproveitamento é mais do que só usar novamente essa água, é uma forma de sustentabilidade e no momento que a gente vive hoje com uma crise climática, com diversas crises ambientais. É muito importante a gente sempre utilizar esses sistemas, tanto no projeto quanto em complexos tão grandes assim, justamente para incentivar essa sustentabilidade”.

Demais sistemas
Além de verem de perto como funciona o reaproveitamento de água do Órion, os alunos de arquitetura e urbanismo conheceram também os sistemas de infiltração de água no solo, de refrigeração do ar condicionado e de energia, além do heliponto. “Me chamou a atenção que o complexo é muito tecnológico para proporcionar o melhor uso do espaço”, destacou a estudante Ana Júlia Lima Silva.

No Órion Complex, o sistema de ar condicionado dispõe de torres de refrigeração para atender a todo o empreendimento com capacidade de 2,4 mil toneladas de refrigeração (TR), em chillers americanos. Seu funcionamento é à base de água gelada, o que garante 40% de economia no consumo de energia elétrica. Já o sistema elétrico possui 7,15 mil KVAs de potência ligada direto à uma sala de transformadores. Em caso de queda de energia, há geradores internos totalizando a capacidade de mais de 3,8 mil KVAs, suficientes para manter em funcionamento, em caso de queda de energia, 100% das clínicas, do hospital, do hotel, áreas comuns e elevadores.

O empreendimento possui ainda um segundo tanque, no quinto andar,  com capacidade de receber 16.800 litros, para receber água das calhas das chuvas e direcioná-las para infiltração no solo. Esse tanque tem o papel de reduzir a velocidade com que a água desce para chegar a um terceiro tanque, o de infiltração que está instalado no subsolo. Neste tanque, parte da água vai para o lençol freático e o excedente é destinado para as galerias pluviais. 

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