Apneia do sono é grave para muitas pessoas
Tratamento pode envolver aparelho usado enquanto o paciente dorme
De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono. Há três distúrbios do sono prevalentes entre os brasileiros: apneia obstrutiva do sono, insônia crônica e síndrome das pernas inquietas. A apneia do sono, afetando cerca de um terço da população adulta, é uma preocupação particular, pois pode levar a complicações sérias de saúde, incluindo problemas cardíacos.
A pneumologista Fernanda Miranda, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, elenca algumas dessas complicações. “Fadiga e sonolência diurna, problemas cardiovasculares como hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias cardíacas. Pode provocar diabetes tipo 2, ganho de peso, problemas cognitivos e de humor, dificuldades de concentração, perda de memória, irritabilidade, ansiedade e depressão são comuns. Pode afetar a qualidade de vida e os relacionamentos. Além de disfunção sexual e complicações durante cirurgias, pois pessoas com apneia podem ter maior risco em procedimentos com anestesia, devido à dificuldade de manter as vias aéreas abertas”.

Ela explica que o diagnóstico de apneia geralmente é feito por meio de uma polissonografia. “Que vai identificar o grau de gravidade e direcionar o tratamento”, pontua. Ela destaca que em alguns casos o problema tem cura. “Por exemplo, quando uma pessoa obesa que emagrece muito pode eliminar completamente a apneia. Crianças com amígdalas aumentadas podem se curar após cirurgia, mas em muitos casos é uma condição crônica que exige tratamento contínuo. Mesmo assim, o tratamento costuma melhorar muito a qualidade de vida e prevenir complicações graves”, completa.
Há diferentes tratamentos para apnéia, explica a médica, ao destacar que a abordagem pode envolver mudanças de estilo de vida, uso de aparelhos ou cirurgia. “Em casos leves a moderados, a perda de peso, evitar álcool e sedativos, parar de fumar e dormir de lado já ajudam. Há também aparelhos intraorais (placas ou próteses), que são dispositivos que empurram a mandíbula levemente para frente, facilitando a passagem do ar. Para os outros tipos temos o CPAP, que é um aparelho com máscara que sopra ar continuamente no nariz ou boca para manter as vias aéreas abertas, cirurgias para casos selecionados, e estimulação do nervo hipoglosso, que é um implante de um dispositivo que estimula os músculos da língua para não colapsar durante o sono”.
Fernanda Miranda comenta sobre o tratamento o aparelho mais indicado para a apneia obstrutiva do sono moderada a grave. “O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é o tratamento padrão-ouro para apneia moderada a grave, muito eficaz, mas exige adaptação e uso contínuo. Ele funciona ao manter as vias aéreas abertas com uma leve pressão de ar contínua, permitindo que você respire normalmente ao dormir. Durante o sono, o CPAP empurra o ar com leve pressão para manter a garganta aberta, evitando os colapsos que causam pausas respiratórias (apneias)”, detalha.
O aparelho
Em Goiânia, a Mais Saúde, localizada no Shopping Órion, é especializada em venda e locação de produtos hospitalares e possui o aparelho CPAP. Sócia da loja, a fisioterapeuta Lorena Arruda de Oliveira, destaca que a empresa possui aparelhos que auxiliam desde o diagnóstico até o tratamento da apneia do sono. “A Mais Saúde preza por uma boa qualidade do sono e trabalha com equipamentos que vão desde a detecção da apneia do sono, como polissonígrafos, até aparelhos para a correção/prevenção da apneia, como CPAP e BIPAP”, afirma.
Com especialização em terapia respiratória, ela também ressalta a extensão do problema. “A apneia do sono é um distúrbio respiratório onde a respiração é interrompida repetidamente durante o sono. Essas interrupções causam a fragmentação do sono, normalmente acompanhadas pelo ronco, levam à sonolência excessiva diurna e dificuldade de concentração. Causam complicações cardíacas, pressão alta, diabetes e outros distúrbios metabólicos”.

Lorena Arruda destaca a prática do CPAP. “É um equipamento de pressão positiva que mantém as vias aéreas abertas, facilitando a respiração e prevenindo as interrupções respiratórias durante o sono. Ele deve ser conectado a uma máscara que cobre o nariz ou nariz e boca e, ao ser acoplado no rosto do paciente, promove a melhor passagem de ar. Em alguns casos, quando a apneia é muito grave e culmina com uma queda brusca da oxigenação, pode ser indicado ao paciente o uso do BIPAP, equipamento semelhante ao CPAP, mas com dois níveis de pressão”.
Sobre a duração do uso do aparelho ela pontua que varia de acordo com cada paciente. “O tratamento da apnéia através do CPAP pode ser curto, em torno de 60 dias, para casos onde houver a perda de peso brusca melhorando a passagem do ar devido a redução do acúmulo de gordura em via aérea alta, como é o caso dos pacientes bariátricos. Mas, em sua maioria, os pacientes que são diagnosticados com apneia do sono, devem seguir o tratamento de forma regular, rotineira e contínua”, ressalta.
Por Dayse Luan
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