Correndo para a vida: inscrições abertas para a corrida de rua Orgulho de Viver, em Goiânia
Agendada para 21 de setembro, prova está em sua terceira edição e alerta para a campanha Setembro Amarelo, destacando como o esporte ajuda na saúde mental
Estudo feito pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard (EUA) e publicado em fevereiro, aponta que o Brasil teve teve alta de 3,7% de suicídios (foram 147.698, no total) e 21,13% de autolesões (104.458 casos, no total) entre 2011 e 2022. A automutilação é quando a pessoa tenta amenizar o sofrimento psicológico por meio de ferimentos físicos e que, com o tempo, podem levar à tentativa de suicídio.
Por isso a campanha setembro amarelo, mês que conscientiza sobre o tema, muitas vezes tratado como tabu, segue importante. E como uma forma diferente de chamar a atenção é realizada a Corrida Orgulho de Viver. As inscrições para a 3ª edição já estão abertas e podem ser feitas pelo site https://www.ticketsports.com.br/. O prazo vai até às 12h do dia 16 de setembro, com taxas de R$ 99 e R$ 139, de acordo com o kit atleta escolhido, pessoas com deficiência e idosos têm desconto de 50%.
O evento é promovido pelo Órion Business & Health Complex e a Bee Sports para destacar a importância do esporte para a saúde mental. A corrida de rua será no dia 21 de setembro, a partir das 17 h, com percursos de 2,5km para caminhada – que pode ser feito por qualquer idade, mas crianças precisam estar acompanhadas pelos pais; 5km para pessoas a partir de 14 anos e 10km, a partir de 18 anos. Os três primeiros colocados, tanto na classificação geral quanto por faixa etária, ganham troféus e todos participantes receberão medalhas.
“O evento permite que as pessoas se engajem em torno de um tema que muitas vezes elas não buscariam ter conhecimento e, automaticamente, elas absorvem o conteúdo até sem perceber, porque a própria corrida traz esse engajamento para ele, o evento traz para ele esse conhecimento através dos seus conteúdos”, destaca o Igor Arantes, CEO da Bee Sports. “A depressão gera inércia, que faz com que a pessoa cada vez mais se mantenha retraída. Quando ela pratica esporte libera todos os neurotransmissores que trazem felicidade. Tirando essa pessoa da inércia e colocando ela em movimento faz com que ela conviva com outras pessoas, descubra outras oportunidades. Ambientes novos podem trazer projetos novos, ideias novas e resultados”, completa.
Mente e corpo
A psicóloga Soraya Oliveira, que atende no centro clínico do Órion Complex, destaca o papel dos exercícios na mente. “Atividade física é fundamental para todos os aspectos da vida do indivíduo. A serotonina é um hormônio liberado a partir da prática de esportes, considerada como o hormônio da felicidade, ela está ligada a sensação de prazer e bem-estar. Endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina, substâncias químicas liberadas naturalmente pelo cérebro, exercem um trabalho específico e muito especial para o nosso organismo. A atividade física traz qualidade de vida, longevidade, saúde, bem estar, reduz estresse e sintomas da ansiedade, melhora qualidade do sono, reduz sintomas depressivos, previne e diminui a mortalidade por doenças crônicas, melhorando a força, equilíbrio e a flexibilidade. Proporcionando a socialização, convivência e deixando mente e corpo em conexão”.
Para a especialista, a campanha setembro amarelo é importante, mas tem pontos a serem melhorados também. “O índice de suicídio tem aumentado assustadoramente e poucos profissionais falam da dor psíquica que leva de fato o paciente a tentar contra a própria vida. Vejo a necessidade de estimular à população a cuidar mais da saúde mental e não banalizar o sofrimento psíquico e o estigma que existe em procurar profissionais como psiquiatras e psicólogos. O paciente com risco de suicídio está muito mais presente em nossa sociedade do que imaginamos, precisamos ser eficazes com ações que possam causar impacto no cotidiano desse indivíduo. Normalmente a dor dele é na alma e na maioria das vezes se sente sem saída e com sentimento interno de solidão plena”.
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