Eice 2025 movimenta mais de US$ 13 milhões em negócios internacionais e consolida Goiás no mapa das exportações
Em dois dias, foram realizadas 159 reuniões de negócios entre 40 empresas goianas e 12 compradores internacionais
Com compradores de 12 países e 40 indústrias goianas interessadas em exportar, a 12ª edição do Encontro Internacional de Comércio Exterior (Eice) terminou nesta sexta (31/10) com mais de US$ 13,2 milhões em estimativas de negócios. Realizado dentro da programação da Expoind 2025, o evento superou as expectativas dos participantes e consolidou-se como uma das principais plataformas de internacionalização da indústria no Centro-Oeste.
Ao longo de dois dias, foram realizadas 159 reuniões de negócios entre 40 empresas goianas e 12 compradores internacionais. Somente na sexta-feira, 31, o Eice registrou cerca de 100 rodadas de negociação. O número revela o interesse de indústrias locais em abrir novas frentes de exportação, especialmente nos segmentos de alimentos, bebidas, cosméticos e higiene pessoal.
Além das negociações internacionais, o evento também fomentou conexões dentro do mercado interno. As rodadas nacionais reuniram 45 empresas, gerando 1.980 contatos e estimando R$ 9,2 milhões em negócios futuros.
“Percebemos o dobro de inscrições neste ano, o que mostra o quanto as indústrias goianas estão preparadas e motivadas para competir no mercado global”, destacou Juliana Tormin, gerente de Internacionalização da Fieg. “Além de promover o contato direto com compradores estrangeiros, o evento ajuda a preparar as empresas que ainda estão dando seus primeiros passos no comércio exterior”, complementou.
Entre os compradores, representantes da Bolívia, Colômbia, Uruguai, Peru, Chile e Estados Unidos percorreram centenas de quilômetros em busca de novos fornecedores brasileiros. “Essa iniciativa é uma grande oportunidade para conhecer no exterior os produtos fabricados em Goiás e no Brasil”, afirmou o boliviano Sergio Marquez, que representa uma rede de supermercados em Santa Cruz de la Sierra. “Encontrei alimentos e itens de higiene pessoal de altíssima qualidade e muito competitivos. Esse intercâmbio é fundamental para o desenvolvimento das nossas economias”, frisou.
Na mesma linha, o colombiano Juan José Hernandez, da Superfüds, destacou a força do bloco sul-americano no mercado global. “Sul-americanos são empreendedores corajosos e com vontade de conquistar mercados. Se unirmos nossas forças, podemos criar o maior e mais produtivo mercado saudável do mundo”, afirmou. Ele destacou o interesse em produtos com “DNA saudável”, tanto para consumo humano quanto pet, incluindo suplementos, cosméticos higiene pessoal.
Do lado das indústrias goianas, o resultado também foi avaliado como um dos melhores já registrados. Luis Carlos Pereira, gerente de exportação da GSA, classificou as rodadas deste ano como “bastante objetivas e com compradores realmente interessados em fechar negócios”. A empresa, sediada em Aparecida de Goiânia, já exporta para países da África, Europa e América do Norte e busca ampliar sua presença na América do Sul.
O mesmo entusiasmo foi compartilhado por Matheus Krambeck, gerente de exportação da Amendopro. “Foi muito boa a iniciativa de trazer esses compradores para cá. Já participamos de outras rodadas em São Paulo, mas é a primeira vez pela Fieg, e queremos repetir. Esses encontros presenciais fortalecem a relação de confiança”, afirmou. A empresa, com mais de 20 anos de experiência em exportação, atua com amendoim e derivados, incluindo proteína vegetal.
Para Jaques Silvério, diretor comercial da Café Kremon, de Nerópolis, o Eice deste ano foi “uma das melhores rodadas já realizadas”. A empresa busca expandir as vendas de café torrado, moído e solúvel para países da América do Sul, como Argentina, Chile e Paraguai. “Tivemos contatos muito promissores. Mesmo a Colômbia, nossa concorrente na produção de café, demonstrou interesse em distribuir nossos produtos lá”, contou.
Por Thiago Burigato
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