Evento traz oficinas de acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência nas igrejas
A iniciativa pretende abrir caminhos para o acolhimento de pessoas portadoras de deficiência em ambientes de prática religiosa
Um estudo publicado no Journal of Religion and Health (2022), por exemplo, revelou que a frequência de cultos e atividades da igreja é significativamente menor entre pessoas com deficiência do que entre aquelas sem deficiência. O Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui cerca de 18,6 milhões de pessoas portadoras de alguma deficiência, o que dá uma proporção de um para cada 11 habitantes. Porém, nas igrejas, não se percebe um número equivalente desses fiés.
Nesse contexto, as dificuldades vão desde a falta de acessibilidade física até a ausência de intérpretes de Libras, materiais inclusivos e preparo das lideranças religiosas para acolher de forma plena. Atenta a esse cenário, a Igreja Luz para os Povos decidiu trazer o tema da inclusão para o centro do Congresso Reluz 2025, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, em Goiânia.
O evento tem objetivo capacitar as igrejas que desejam fazer um maior uso da arte e da cultura em sua programação, sendo voltado dançarinos, cantores, atores, videomakers, média, ministros de louvor e artistas que desejam desenvolver projetos de arte dentro das comunidades evangélicas.
Cerca de 500 pessoas já se inscreveram, sendo que 40% virão do interior e de outros estados. Durante a programação, serão 19 temáticas abordadas em oficinas e workshops. Entre os destaques, estão a Oficina de inclusão dos Atípicos e a Oficina Som do Silêncio.
Oficina para Inclusão de Pessoas Neurodivergentes
Maria Eduarda Costa, é psicóloga clínica, pós graduada em inclusão missionária de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e responsável pela Oficina para Inclusão de Pessoas Neurodivergentes. Ela irá compartilhar a experiência da Igreja Luz para os Povos que organizou o Culto Acolher, em abril de 2025. Neste dia, os membros da igreja foram recepcionados com libras, e o culto teve uma organização sensorial com músicas em libras e mais lentas, para proporcionar uma acomodação sensorial.
“Esse foi um culto que mostrou para a igreja a importância da inclusão, e que existem pessoas que precisam de uma atenção diferente”, explica a psicóloga Maria Eduarda. Ela explica que outra linha de atuação foi preparar os membros para receber as pessoas com deficiência. “É importante esse tipo de movimento, pois pressupomos que as pessoas saibam como se portar, mas não sabem”, explica a formação.
A experiência positiva levou o Congresso Reluz 2025 a trazer a inclusão para o debate, uma vez que o evento trará participantes de igrejas de diversas denominações de Goiás e do Brasil. “A ideia partiu do entendimento que se alguém tem uma dificuldade orgânica, a gente precisa mudar o ambiente para que essa pessoa possa estar no nosso meio”, pontua Maria Eduarda.


Oficina Som do Silêncio
Jomara Hur também é psicóloga clínica, e faz parte da organização da Oficina Som do Silêncio, que compõe a programação do Congresso Reluz 2025. De acordo com ela, o objetivo desta oficina é despertar cada oficineiro com as estatísticas alarmantes sobre o baixíssimo percentual de surdos cristãos devido à falta de interpretação nas igrejas. “Queremos que os irmãos que estiverem ali tenham um olhar empático e cheio de compaixão para as pessoas surdas e se conscientizem do papel que pode exercer em sua localidade”, declara a organizadora.
A psicóloga Jomara explica que, para alcançar esse objetivo, haverá a introdução de algumas dinâmicas para que os presentes no culto se coloquem no lugar do surdo na igreja. Entre as atividades, estão o aprendizado do refrão em libras e um bate papo com um surdo. “Esperamos que, após a oficina, possamos ver pessoas incendiadas e comissionadas a desbravar esse universo da comunidade surda dentro da sua igreja”, pontua Jomara.
Ambas profissionais compõem o Centro de Referência em Saúde Mental Luz (Centro Luz), de modo que Jomara Hur é diretora e Maria Eduarda Costa é coordenadora. O Centro Luz, segundo Jomara, é a área da igreja que aponta aos fiéis esse olhar empático e inclusivo, visando saúde mental e contribuindo para a expansão do Reino em contextos pouco explorados no meio cristão. “Essa parceria com o Congresso Reluz 2025 é a prova que a igreja tem entendido a necessidade de dar voz aos que não se expressam como a maioria”, diz Jomara.

Programação
O 1º Congresso de Louvor e Adoração começa na sexta-feira, dia 12, a partir das 19h30min. A abertura será feita pela banda FHOP Music, de Florianópolis. Após a apresentação, os músicos participarão de um bate-papo sobre o processo criativo de composição.
Durante a programação, haverá ainda o pré-lançamento do livro O Senhor das Tempestades, de autoria de Israel Meire – músico, pastor, teólogo, pedagogo e escritor. No sábado, dia 13, a programação oferecerá oficinas pela manhã, seguindo à tarde com workshops práticos.
A organização do evento é do Ministério Reluz, responsável pelos projetos culturais da Luz Para Os Povos Serrinha. A igreja mantém ainda uma escola que oferece aulas de dança, teatro e música cristã para a comunidade, que já formou 1000 artistas em 18 anos, e atualmente conta com cerca de 200 alunos.
Confira o Cronograma Congresso Reluz 2025
SEXTA 12/09/2025
18h – Credenciamento: Entrega de pulseiras e Camisetas
19h30 – Abertura
20h – Palavra: Deus não procura adoração, mas adoradores
21h – Louvor: Fhop Music
22h – Encerramento
SÁBADO – 13/09/2025
Manhã
8h – Liberação dos portões
8h30 – Devocional
8h40 – Louvor
9h – Ministração da Palavra: Identidade e Propósito
10h – Oficinas
Sala 1 – Chamado e Dons
Sala 2 – Ministério e Liderança
Sala 3 – Cura e Restauração das Emoções
Sala 4 – Esgotamento Ministerial
Sala 5 – Repertório e Maturidade
Sala 6 – Relacionamentos e Conflitos
Sala 7 – Envolvido ou Comprometido?
12h – Almoço
TARDE
14h – Louvor
14h40 – Orientações Gerais
15h – Workshops
Sala 1 – Som do Silêncio (Libras)
Sala 2 – Todos têm direito de adorar – Trabalhando a inclusão dentro da igreja
Sala 3 – Músicos
Sala 4 – Cantores
Sala 5 – Adoração com Defeito só Deus para dar um jeito (uma sala para quem não toca, canta, dança etc)
Sala 6 – Transmissão e Projeção
Sala 7 – Iluminação Cênica
Sala 8 – Fotografia
Sala 9 – Dança Experimental
Sala 10 – HipHop
Sala 11 – Teatro
Sala 12 – A igreja e o Universo Digital
16h30 – Encerramento Workshops
19h – Orientações Gerais
19h30 – Abertura Reluz (teatro, dança)
20h – Louvor RELUZ
21h – Ministração da Palavra
22- Encerramento
Por Manoela Messias
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