26 de junho de 2025
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Festival de Dança e Vídeo realiza 3ª edição em Goiânia com programação gratuita 

D’Olhar – Festival Itinerante de Dança e Vídeo reúne obras do Brasil e de outros nove países no Centro Cultural Universidade Federal de Goiás, de 1º a 3 de julho

Entre os dias 1º e 3 de julho, o Centro Cultural da UFG (CCUFG), em Goiânia, recebe a 3ª edição do D’Olhar – Festival Itinerante de Dança e Vídeo. O evento gratuito reunirá artistas do Brasil e do exterior em três dias de intensa programação, das 9h às 21h, com oficinas, mostras especiais e, posteriormente, exibições em espaços públicos por meio de uma mostra itinerante que se dará tanto na capital como no interior.

A programação inclui três oficinas com artistas de diferentes estados e países: “Corpo em Cena”, com Eva Maria, de Goiás; “Som e Imagem em Movimento na Montagem”, com Allan Diniz, do Ceará; e “Videoretrato Workshop”, com a mexicana Ximena Monroy. À noite, o público poderá participar do lançamento do livro Poéticas (in)visíveis, de Leonel Brum, e da exibição de filmes selecionados na 3ª Mostra D’Olhar, que nesta edição contempla 20 obras de nove países.

Segundo a idealizadora e diretora artística do festival, Lívia Batista, a curadoria recebeu 569 videodanças inscritas de diversas regiões do Brasil e do exterior. O processo seletivo foi realizado em duas etapas: “Primeiro fizemos uma leitura técnica para verificação dos critérios formais estabelecidos em edital, e em seguida uma avaliação curatorial, com foco nas potências estéticas, na originalidade da abordagem e na relação entre corpo, tempo, movimento e audiovisual”, explica.

Temas e exibições

As obras selecionadas foram organizadas em três mostras temáticas que, de acordo com Lívia, emergiram das temáticas das próprias obras enviadas – são elas Submersões e Memórias do Corpo, Conflitos e Transformações e Territórios e Expansões. “A curadoria priorizou a diversidade de abordagens, estéticas e geografias, reafirmando o compromisso do festival em mostrar a videodança como uma linguagem híbrida e expandida”, complementa a diretora.

As exibições noturnas, por sua vez, terão início às 20h. Entre os destaques estão filmes como Baleias (Bélgica), Uma borboleta está batendo na janela (Irã), Reiniciar (Espanha), Aurora (Brasil) e Inacabado (Indonésia), além de produções goianas como Dessa terra eu vivereiModos de ofuscar os olhosSerpentina e Cerrado Dança. Para Lívia Batista, o diálogo entre produções locais e internacionais é um dos pontos centrais do festival. 

“Essa convivência amplia o alcance do evento e fortalece o diálogo entre diferentes territórios, linguagens e contextos socioculturais. Ao serem apresentados ao lado de produções internacionais, os trabalhos goianos não apenas ganham visibilidade, mas também potencializam os modos de se pensar o corpo, a dança e o audiovisual em perspectiva global”, reitera.

Tendências na videodança 

A diretora também observa que as obras inscritas nesta edição refletem o momento atual da videodança, abordando com frequência temas como ancestralidade, memória e tempo como matéria poética e política. “Percebemos um forte interesse em investigar o corpo como arquivo vivo de experiências, afetos e resistências. Essas recorrências apontam para uma videodança enquanto linguagem híbrida, politizada e sensível, que está em constante experimentação formal e em profunda conexão com os atravessamentos do tempo presente”, conta Lívia.

Na Mostra Submersões e Memórias do Corpo, por exemplo, essa dimensão se manifesta com intensidade em obras como Lírio na Penumbra (Chile) e Latitude Zero (Brasil), que fundem dança, voz e documentário para investigar o tempo ancestral e os vínculos entre gerações. Já em Baleias (Bélgica) e A alegria e a tristeza do tempo (Dinamarca), observa-se um interesse por atmosferas sensoriais, com câmeras imersivas e movimentos coreográficos que evocam suspensão, introspecção e fluidez.

Também se destacam produções que trazem à tona conflitos sociais, afetivos e existenciais, articulados com grande carga dramatúrgica, como nas obras da Mostra Conflitos e Transformações. Filmes como Muros (Espanha) e Uma Borboleta Está Batendo na Janela (Irã) refletem sobre silêncios, opressões e ausências. Há uma presença marcante de corpos em ambientes industriais, subterrâneos e urbanos, tensionando a relação entre contenção e liberdade.

Por fim, a Mostra Territórios e Expansões revelou uma tendência de explorar o corpo em diálogo com os espaços urbanos e naturais, questionando os modos de habitar o mundo contemporâneo. Obras como Aurora (Brasil) e Inacabado (Indonésia) abordam essa fricção entre natureza e cidade, enquanto Serpentina e Cerrado Dança evocam paisagens interiores e exteriores a partir de territórios latino-americanos e de saberes não hegemônicos.

Mostra Itinerante

Após a programação em Goiânia, o D’Olhar seguirá em circulação com a Mostra Itinerante, levando exibições ao interior de Goiás e a praças públicas da capital. As próximas paradas são a Cidade de Goiás (12/07) e Alto Paraíso (16/07), e voltando à capital, será realizada nos setores Jardim Curitiba 3 (02/08), Morada do Sol (16/08) e Novo Planalto (30/08).

Este projeto – D’Olhar Festival Itinerante de Dança e Vídeo – é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.

Serviço

3ª edição do D’Olhar – Festival Itinerante de Dança e Vídeo

Data: 01 a 03 de julho de 2025

Local: Centro Cultural UFG (CCUFG) (Endereço: Av. Universitária, nº 1533, Setor Leste Universitário)

Horário: 09h às 21h

Entrada Gratuita

Programação completa do Festival e mais informações: www.dolhar.com.br 

Por Mari Faria

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