9 de junho de 2025
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Fohat investe em estudos sobre a arte e a cultura africana 

Companhia de dança conta com a consultoria da mestra e doutoranda Juliana Jardel, visando aprimoramento dos conceitos abordados no espetáculo Fuxico

Juliana Jardel é a responsável pela consultoria em arte e cultura afrodiaspórica para a Fohat Cia de Dança. Durante o mês de maio, os bailarinos estudaram detalhes da cultura africana que servem de inspiração para o espetáculo Fuxico. “Meu trabalho com a companhia vem ao encontro de entender as possibilidades estéticas construídas do lado de cá do Atlântico; não necessariamente uma estética africana mas, sim, afrodiaspórica”, explica Juliana. Ela é goianiense, idealizadora/intérprete do Grupo Corpo Suspeito (2014). Desenvolve um método em dança intitulado “Movimentos Atlânticos “. Licenciada em Dança (UFG), é mestra em Performances Culturais (UFG) e doutoranda em Antropologia Social (UFG). Tem como linha de pesquisa os bailarinos negros da diáspora negro-africana. 

A diretora e coreógrafa da companhia, Ariadna Vaz, destaca que “o trabalho dessa artista de referência e profunda conhecedora da cultura negra é essencial para garantir autenticidade e força para a obra”. Fuxico está em cartaz desde 2024, percorrendo o Brasil, e trata da diversidade da cultura brasileira, com sua mistura de ritmos, sons ricos e criativos. A Fohat tem em seu elenco os bailarinos: Bruna Lemes, Daniel Matias, Fernanda Mota, Isabela Suanno, Ismarley Bispo, Joyce Rocha, Killder Alves, Lorena Lugon, Marcus Nascimento, Raquel Zoega, Thayrc Matheus Amorim. 

A arte que inspira o espetáculo, o Fuxico, foi originalmente produzida por mulheres negras que atravessaram o Atlântico para o Brasil, “que não deixavam de trazer a alegria, o colorido, o dinamismo e toda a personalidade dessas mulheres maravilhosas”, diz Ariadna. Ela complementa: “Juliana está nos ajudando a construir essa narrativa de forma a reverenciar e respeitar essa cultura. Queremos ter esse cuidado e ela é muito importante nesse processo”. Juliana conta que também trabalhou com a companhia o letramento racial, “para que possamos entender a importância dessas mulheres (africanas) que trouxeram e mantiveram estas informações através do corpo, que é um receptáculo de receber, guardar, transformar e transmitir informações valiosas”.

“Estas estéticas chegadas aqui por meio da população negra se transformaram no novo mundo com o que foi oferecido e com o que não foi também, o que acaba por evidenciar como se permitiram criar outras coisas com o que foi oferecido”, aponta a especialista. “Fuxico é esse lugar, desse encontro de mulheres, dessa transformação de itens, trazendo alegria, movimento, história e resistência; é como se fosse um presente, que vai ao encontro de reverenciar estas ancestrais femininas que vieram de forma subumana mas não se perderam na travessia”, finaliza Jardel. 

Por Olho Comunicação

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