Cooperada da Unimed Goiânia, Dra. Roussiane Gaioso, destaca que tecnologia pode reduzir em até 30 minutos o tempo para início do tratamento, mas decisão final deve permanecer com profissional especialista
Crédito das fotos: divulgação freepik
De janeiro a outubro deste ano, quase 65 mil pessoas morreram em decorrência do AVC no Brasil, o equivalente a uma vida perdida a cada seis minutos. Em 2024, foram registradas mais de 85 mil mortes pela doença, segundo dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil. Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) tem se tornado uma ferramenta cada vez mais importante no diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC), atuando ativamente na redução do tempo de atendimento emergencial.
Segundo a neurologista cooperada da Unimed Goiânia – Cooperativa de Trabalho Médico, Dra. Roussiane Gaioso, a tecnologia pode acelerar o início do tratamento em 20 a 30 minutos em comparação ao fluxo tradicional, diferença que pode ser decisiva entre a recuperação com preservação funcional e sequelas graves.
“No contexto do AVC, cada minuto conta muito. A inteligência artificial é uma ferramenta prática e valiosa porque ajuda a ganhar tempo nas fases iniciais, especialmente na rápida detecção de alterações nos exames de imagem, como tomografia ou ressonância, mesmo fora de horários de plantão ou sem especialistas presentes”, explica a médica.
Como funciona na prática?
A médica explica que a tecnologia de IA permite interpretação automática de exames de imagem em casos suspeitos de AVC, identificando com rapidez regiões de isquemia ou sangramento cerebral, delimitando a área lesionada e auxiliando na decisão de qual tratamento adotar. E reforça, ainda, que a etapa do atendimento em que a IA mais agrega valor é na triagem rápida da emergência. “O alerta inicial e a interpretação da imagem são de extrema importância. É uma economia de tempo que faz toda a diferença na redução de sequelas no paciente”, destaca.
Além do diagnóstico, a inteligência artificial já atua também na prevenção do AVC. A neurologista lembra que a tecnologia consegue identificar pessoas com risco elevado mesmo antes de um evento, integrando múltiplas variáveis como exames cardíacos, histórico clínico, dados demográficos, estilo de vida e exames laboratoriais.
“A força da inteligência artificial vem da capacidade de integrar muitas variáveis e identificar padrões sutis de risco que escapam à avaliação tradicional. Identificar fatores silenciosos, como fibrilação atrial, já é uma realidade”, afirma a neurologista.
“A decisão final deve continuar sendo médica”
Apesar dos avanços, Dra. Roussiane alerta para os limites da tecnologia. A IA pode deixar passar sinais sutis nos exames, como isquemias muito precoces ou micro-hemorragias, gerando falsos negativos. Por outro lado, também pode super-identificar lesões, confundindo calcificações ou artefatos com eventos agudos, o que leva a interpretações errôneas e até exames desnecessários.
“A inteligência artificial não avalia nível de consciência, exame neurológico evolutivo, comorbidades, tempo de sintomas ou uso de medicações. A decisão final deve continuar sendo médica. Talvez o mais perigoso seja o excesso de confiança tecnológica”, adverte.
A médica reforça que os sistemas não substituem o profissional, mas auxiliam na interpretação clínica. “A inteligência artificial veio para agregar, para ajudar, e não como substituta das decisões que devem continuar sendo tomadas por um profissional médico experiente.”
Por Ageu Macedo
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