18 de maio de 2025
ArtigosNoticia, Política e GovernoSaúde e comportamento

Outono exige atenção para a saúde ocular

Sociedade Goiana de Oftalmologia explica quais os principais problemas que podem acometer os olhos

O outono é considerado uma estação de transição que sucede o verão e antecede o inverno. O nome “outono” vem do latim e significa “amadurecer” ou “época de colheita”.  Ao longo desse período ocorre a gradativa redução da luz solar diária, o que se mostra como a principal característica da estação. Por conta dessa mudança, outras características do outono também se evidenciam, como a redução gradativa das temperaturas, das chuvas e da umidade do ar, aliado ao aumento dos ventos. Tudo isso aumenta ainda a percepção de poluição. 

Imagem: divulgação internet

Esses fatores combinados podem potencializar problemas ligados à  saúde dos olhos. “Essa mudança de estação exige atenção e alguns cuidados, já que os olhos ficam menos lubrificados, mais expostos à poluição e, como resultado, mais sujeitos a alergias e infecções. Com a chegada do clima mais ameno, os ambientes ficam menos arejados e passam a concentrar mais mofo e pó, agentes que contribuem para problemas oculares”, explica o presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Henrique Rocha. 

Presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), Henrique Rocha explica sobre as doenças mais comuns no outono
Arquivo pessoal

Conjuntivite, alergias oculares e síndrome do olho seco são as doenças que mais costumam afetar os olhos nesta estação do ano. A seguir o oftalmologista Henrique Rocha explica um pouco sobre cada uma delas:

Conjuntivite
Conhecida pela sua alta taxa de contágio e o grande incômodo, entre suas causas estão vírus, bactérias, fungos ou alergias, mas esta última não é contagiosa. Entre os sintomas mais comuns, estão lacrimejamento, olho vermelho, coceira, sensação de areia ou o corpo estranho no olho, ardor e secreção. “É importante diagnosticar qual o tipo de conjuntivite para conduzir o tratamento. Para tratar a bacteriana normalmente são usadas medicações como colírios com antibióticos. Para o tipo viral a recomendação costuma ser sempre estar atento à higiene dos olhos, uma vez que não há medicamentos específicos para este caso”, destaca o especialista. Lavar as mãos frequentemente, não as levar aos olhos e não compartilhar objetos pessoais como colírios, toalhas, fronhas e itens de maquiagem são passos que dificultam o contágio. Deve-se evitar a reinfecção da doença também, então trocar sempre fronha, toalha de rosto, limpar cada olho com um lencinho. A conjuntivite é um contato direto, você colocou a mão em algum lugar que estava contaminado, a passou no olho e pegou”.

Alergias oculares
O aumento de mofo e esporos de fungos, mais comuns no outono devido à queda de folhas, pode desencadear alergias, outro fator que os prejudica são os ácaros. Quem já tem predisposição para rinites, sinusites e dermatites de contato, deve redobrar a atenção. Os sintomas mais comuns são coceira intensa, vermelhidão, lacrimejamento e inchaço nas pálpebras. “Usar óculos de sol com proteção UVA ao ar livre é uma boa dica para evitar a exposição direta a alérgenos. Também é possível considerar o uso de colírios ou antialérgicos desde que estes sejam prescritos pelo oftalmologista. Além disso, prefira locais mais arejados e mantenha o ar úmido com umidificadores ou vasilhas de água”, pontua o médico.

Síndrome do olho seco
Durante o outono as lágrimas tendem a evaporar mais rápido, causando o Olho Seco. É caracterizada pela má qualidade e/ou quantidade das lágrimas, fator que pode se agravar durante essa estação do ano e causar maior ressecamento na região, além de ardência, embaçamento visual, vermelhidão, coceira e sensação de areia nos olhos. Henrique Rocha destaca a importância de manter um ambiente com umidade adequada, utilizando umidificadores de ar, e evitar o uso excessivo de ar-condicionado. “Quando estamos concentrados em atividades como o uso do computador, tendemos a piscar menos, o que agrava a evaporação da lágrima. Piscar regularmente é fundamental para manter a superfície ocular lubrificada”, diz. Para aliviar esses sintomas, o uso de colírios lubrificantes é altamente recomendado. “Existem colírios com diferentes viscosidades, alguns sem conservantes, que podem ser usados várias vezes ao dia sem causar danos”, orienta o oftalmologista.

Prevenção geral
Alguns cuidados ajudam na prevenção dessas três doenças oculares como beber bastante líquido para se manter hidratado; evitar ficar posicionado de frente para o ar-condicionado, pois isso acaba dificultando a lubrificação dos olhos; evite o acúmulo de poeira em objetos de casa e do trabalho; consumir alimentos ricos em vitaminas A, E e ômega-3; não colocar as mãos nos olhos, esfregá-los ou coçá-los também são formas de evitar problemas, pois o órgão é a porta de entrada para infecções, vírus e bactérias. “Visite o oftalmologista regularmente, e em caso de qualquer emergência ocular vá a um pronto-socorro oftalmológico. Não use colírios indicados por terceiros. Muitos farmacêuticos recomendam colírios que contêm vasoconstritores e conservantes, que podem ser prejudiciais a longo prazo. Por isso, a consulta com um oftalmologista é essencial”, pontua Henrique Rocha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *