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Pesquisa mostra que homens morrem mais que as mulheres no Brasil; entenda

Médico explica que resultado da pesquisa pode estar ligada a possível imprudência masculina

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que os homens brasileiros morrem mais do que as mulheres em todas as faixas etárias, com exceção do grupo entre 80 e 84 anos, e que a maior disparidade na taxa de mortalidade ocorre nas idades entre 15 e 34 anos, faixa etária em que a mortalidade masculina ultrapassa a feminina devido a causas externas. De acordo com o médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles, nessa faixa etária os homens sofrem mais acidentes de trânsito, homicídios, suicídios e outros fatores violentos e a causa pode ser a possível imprudência masculina.

“Diversos estudos, além da pesquisa recente divulgada pelo IBGE, como os realizados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apontam que homens estão mais expostos a riscos e morrem com maior frequência em decorrência de causas violentas, incluindo acidentes de trânsito e homicídios. Vale destacar que, embora a população feminina seja numericamente superior à masculina no Brasil, os índices de mortalidade entre homens são consistentemente mais altos”, reforça o especialista.

O médico fala, também, do dado mais dramático que se concentra especificamente na faixa dos 20 aos 24 anos, onde a letalidade entre os homens é 3,7 vezes maior do que entre as mulheres. Para cada 100 óbitos de mulheres nesse grupo etário, há 371 óbitos de homens. “Esse cenário revela um quadro de sobremortalidade masculina, intimamente ligado às condições de risco a que os homens estão submetidos, muitas vezes por comportamentos de alto risco, exposição à violência e ausência de políticas públicas eficazes de prevenção. Esses fatores compõem um retrato preocupante da saúde masculina no país, evidenciando a necessidade de intervenções que promovam maior conscientização e ofereçam suporte preventivo direcionado a esse público”, diz José Israel.

A pesquisa ainda traz que, entre agosto de 2021 e julho de 2022, o Brasil registrou 1,3 milhão de óbitos, sendo 54,5% de homens (722.225) e 45,5% de mulheres (603.913). “O desequilíbrio na mortalidade entre homens e mulheres reflete, em grande medida, a fragilidade do sistema público de saúde no Brasil, que tem se mostrado insuficiente para proteger as populações mais vulneráveis. A alta prevalência de mortes masculinas relacionadas a violência, acidentes e certas doenças evidencia a necessidade de políticas mais efetivas e direcionadas, capazes de oferecer apoio e prevenção adequados a esses grupos de risco, que acabam desamparados diante de situações de vulnerabilidade e exposição”, completa o médico.

Por fim, o especialista afirma que o panorama não só destaca a desigualdade de gênero na saúde, mas também coloca em evidência a necessidade urgente de políticas públicas direcionadas para reduzir a mortalidade masculina. “É fundamental ampliar a conscientização, especialmente entre os jovens, sobre a importância de valorizar e cuidar da própria vida, independentemente do gênero. Promover o zelo pela saúde e pela segurança pessoal desde cedo pode contribuir para a redução de comportamentos de risco e fortalecer a cultura de prevenção, preservando vidas e promovendo maior qualidade de vida para homens e mulheres”, conclui José Israel.

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