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Sala de aula: 7 livros obrigatórios para professores sobre alfabetização e letramento

Clássicos da educação ajudam a entender como as crianças aprendem a ler e a escrever

Entender como as crianças aprendem a ler e a escrever, assim como a melhor forma de ensiná-las, é condição essencial para o professor alfabetizador. Essas informações e reflexões podem ser encontradas em clássicos da educação voltados à alfabetização.

Por Leonardo Valle (Instituto Claro)

Imagem: MEC

“Alguns livros, juntos, apresentam aspectos importantíssimos sobre a alfabetização”, explica a mestra em educação, doutora em ciências e diretora de escola Aline Bitencourt Monge.

“É o caso dos livros de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, que discutem o processo de aquisição da língua escrita a partir dos estudos da linguística e da psicologia, sistematizando a teoria que ficou conhecida como a psicogênese da língua escrita. Ela aborda como se organiza o pensamento das crianças durante essa aprendizagem”, indica Monge.

 Já nos livros da Magda Soares, é possível encontrar marcos teóricos importantes sobre a função social da escrita e leitura, bem como o ensino a partir do letramento, que compreende a linguagem como prática social.

“Délia Lerner completa a leitura obrigatória contextualizando o cenário da escola, discutindo as dificuldades encontradas no processo e apontando aos professores o que ensinar para formar com sucesso crianças e jovens leitores e escritores”, recomenda a educadora.

“Para essa autora, precisamos promover na escola o envolvimento com a cultura escrita desde o início da alfabetização, propondo práticas educacionais carregadas de sentido comunicacional”, conclui.

A seguir, confira a lista de sete livros obrigatórios ao professor alfabetizador desenvolvida pela especialista.

Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever

Magda Soares, editora Contexto, 2020

O título faz referência a um neologismo que combina alfabetização e letramento, indo além da tradicional ideia de ensinar apenas o sistema alfabético de escrita, mas de ensinar a ler e a escrever considerando o contexto social e os diversos gêneros aos quais as crianças têm contato muito antes de entrar na escola.

Para a autora, a obra “é uma proposta para que alfabetizadoras e alfabetizadores introduzam as crianças no rico mundo do escrito, orientando-as para apropriarem-se do sistema de escrita alfabético e para tornarem-se capazes de dele participar plenamente”.

Alfabetização e letramento

Magda Soares, editora Contexto, 2003

O analfabetismo no Brasil continua sendo um assunto preocupante. Contudo, quais são as verdadeiras razões por trás das dificuldades no processo de alfabetização no país? Por que as estatísticas de analfabetismo e baixo desempenho escolar nos primeiros anos do ensino fundamental ainda não avançam?

Magda Soares explora várias perspectivas para responder a essas perguntas. Para isso, estruturou o livro em três partes. Nas duas primeiras, aborda ideias e práticas de alfabetização e letramento no contexto escolar, enquanto a última busca criar uma conexão entre teoria e ação.

Alfabetização e letramento: a questão dos métodos

Magda Soares, editora Contexto, 2016

Ganhador do Prêmio Jabuti de melhor não-ficção em 2017, o livro analisa os métodos de alfabetização. A autora examina a história e aplicação dos principais métodos empregados sem perder a conexão com a realidade do chão da escola. Também lembra da necessidade de compreender o percurso da criança para, assim, orientar as práticas e definir um método adequado.

Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário

Delia Lerner, editora Penso, 2002

Com o prefácio assinado por Emilia Ferreiro, o livro enfatiza a relevância dos alfabetizadores estabelecerem um ambiente propício para que as crianças mergulhem na cultura escrita, fazendo com que desenvolvam simultaneamente compreensão do sistema de escrita e da linguagem.

Psicogênese da língua escrita

Emilia Ferreiro e  Ana Teberosky , Artes Médicas, 1984.

Tendo como base teórica-metodológica o construtivismo de Jean Piaget, que defendia que a criança constrói seu conhecimento de forma ativa conforme interage com o ambiente, a abordagem da psicogênese da língua escrita investiga os diferentes estágios pelos quais as crianças passam enquanto desenvolvem a compreensão dos sistemas de escrita.

Estas incluem etapas iniciais de reconhecimento das letras até a compreensão das convenções ortográficas e a capacidade de leitura e produção de textos mais complexos.

Reflexões sobre alfabetização

Emilia Ferreiro, editora Cortez, 2018

Ao lançar a “psicogênese da língua escrita”, Emilia Ferreiro mudou o foco da premissa de “como ensinar” para “o que é aprendido”, inaugurando um novo campo de estudos na pedagogia. Para a criança, a alfabetização não é um processo mecânico: ela cria sua própria maneira de interpretar, reflete, elabora e inova ao tentar entender esse fenômeno social complexo que é a escrita.

Alfabetização em processo

Emilia Ferreiro, editora Cortez, 2017

A obra aprofunda um problema comum na alfabetização: o desafio cognitivo envolvido no estabelecimento da relação entre o todo e as partes que o constituem. Para isso, a autora ilustra como a criança constrói hipóteses e o papel das experiências externas e do seu processo interno para o desenvolvimento da escrita e da leitura. Além disso, explora como a criança seleciona informações disponíveis e interpreta textos escritos antes de compreender plenamente a ligação entre as letras e os sons da linguagem.

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Fonte: institutoclaro.org.br

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