Saúde com Ciência: entenda o que é o Lúpus
Confira verdades e mentiras sobre a doença e saiba a importância do tratamento
O lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para mantê-lo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações.
Por essa razão, o lúpus é considerada uma doença autoimune, pois ocorre quando o próprio sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano. Em casos mais graves, especialmente se não for tratado adequadamente, o lúpus pode matar.
Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Sistêmico (LES) é a forma mais séria e comum da doença e afeta aproximadamente 70% dos pacientes com Lúpus, principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.
Causa
Ainda não se sabe ao certo qual a causa e o que faz com que o sistema imunológico ataque os tecidos saudáveis do corpo, entretanto, estudos presentes na literatura médica e científica indicam que as doenças autoimunes podem acontecer devido a uma combinação de fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais.
Normalmente, a pessoa descobre que tem lúpus após ter uma crise desencadeada por algum dos fatores descritos abaixo:
- Exposição à luz solar de forma inadequada e em horários inapropriados;
- Infecções, que podem iniciar o lúpus ou causar uma recaída da doença;
- Uso de antibióticos, medicamentos usados para controle de convulsões e pressão alta.

Confira abaixo o que é verdadeiro e o que é falso sobre a doença.
Estresse emocional causa lúpus?
FALSO. Emoções negativas, como a perda de um parente próximo ou uma separação, podem desencadear os sintomas iniciais da doença ou provocar uma reativação. Esses fatores não são a causa, mas contribuem para sua exacerbação (reativação).
Lúpus tem cura.
FALSO. O lúpus é uma doença crônica que passa por períodos de atividade e períodos de remissão. Logo nessas fases (remissão), a pessoa pode ficar totalmente bem, sem qualquer sintoma, mas isso não significa que o distúrbio imunológico que “causou” o LES, foi corrigido definitivamente, por isso sempre será necessário um acompanhamento multiprofissional médico contínuo.
Por isso, o lúpus é considerado como uma doença crônica, que pode ficar sem sintomas, mas sempre será necessário um acompanhamento médico contínuo.
Quem tem lúpus tem mais chance de ter uma infecção.
VERDADE. O lúpus é uma doença que interfere com o sistema imunológico, que é o sistema de defesa contra infecções de uma forma geral. Este desequilíbrio facilita um pouco o aparecimento de infecções.
Por outro lado, na maioria das vezes, as infecções nas pessoas com LES são facilitadas pelo uso de alguns medicamentos (corticóides e imunossupressores) que ao inibirem a produção excessiva de anticorpos, inibem alguns dos mecanismos naturais de defesa do nosso organismo.
Remédios para o lúpus deixam a pessoa inchada.
FALSO. No entanto, os corticóides, quando em doses altas, para as fases mais ativas e graves da doença, podem deixar a pessoa inchada sim. Outro aspecto é que os corticóides aumentam o apetite. Logo, quando for necessário o uso de doses altas desses medicamentos, é necessário controlar a dieta e manter uma atividade física regular. É essencial seguir as orientações do médico.
Quem tem lúpus tem mais problemas de coração.
VERDADE. Assim como outras doenças inflamatórias, pessoas com Lúpus Sistêmico tendem a ter mais doenças cardiovasculares. A hipertensão, o colesterol elevado e a insuficiência renal, são condições mais frequentes todas condições que são mais frequentes em quem tem lúpus, contribuem significativamente para a maior frequência das doenças do coração e, por isso, merecem atenção especial durante o cuidado com o LES de uma forma geral.

Pessoas com lúpus não podem tomar vacinas.
FALSO. Pessoas portadoras de tem LES podem tomar vacinas. Inclusive, alguns imunizantes devem ser usados pois aumentam as defesas. As vacinas mais importantes são as contra a pneumonia pneumocócica e as contra o vírus da gripe, além das geralmente indicadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
É importante lembrar que se a pessoa com LES estiver usando imunossupressores, incluindo os corticoides, ela não deve receber as vacinas com vírus vivos atenuados como as da febre amarela, varicela, rotavírus e para poliomielite. Siga sempre as orientações do médico.
Mesmo em dias nublados, quem tem lúpus deve se proteger com fotoprotetor.
VERDADE. A maioria das pessoas com lúpus tem sensibilidade ao sol, e essa sensibilidade não é só à luz direta do sol, mas à claridade. Logo, mesmo nos dias nublados e na sombra de uma forma geral, é necessário usar fotoprotetor e preferencialmente cobrir-se com uma blusa fina.
Produtos “naturais” melhoram a imunidade de pessoas com LES.
FALSO. A melhor atitude para melhorar a imunidade é manter uma vida saudável, incluindo uma dieta balanceada, sem álcool, cigarro ou excessos dietéticos. Alguns produtos podem até prejudicar a sistema imunológico. A automedicação pode ser muito perigosa.
Quem tem lúpus pode engravidar.
VERDADE. Durante muito tempo os médicos acreditaram que quem tinha lúpus não poderia jamais engravidar. No entanto, já sabe-se que a gravidez não está proibida para as mulheres com lúpus, mas que ela deve ser programada.
O ideal é que a pessoa com LES só engravide com a doença totalmente sob controle por pelo menos seis meses. Por isso, antes de pensar em engravidar, é importante conversar com o reumatologista, para saber quais medicamentos usados no tratamento do LES devem ser suspensos ou mantidos antes e durante a gestação.
A gravidez de uma mulher com lúpus sempre deve ser planejada e considerada uma gestação de alto risco, para que medidas mais rigorosas de acompanhamento possam ser instituídas.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são:
Campanha | Fevereiro roxo e laranja
Fevereiro roxo e laranja é o mês de conscientização sobre lúpus, fibromialgia, Alzheimer e leucemia
Verdades e mentiras sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico
Ministério da Saúde
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