1 de setembro de 2025
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Uso de cigarro eletrônico entre jovens preocupa e já provoca casos graves de pneumonia

Epidemia silenciosa do “vape” avança no Brasil e acende alerta entre médicos especialistas

O uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens adultos tem crescido de forma alarmante no país, acendendo um sinal de alerta entre médicos e pesquisadores da área respiratória. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE/IBGE) revela que 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o cigarro eletrônico. Entre adolescentes de 16 anos, esse índice sobe para mais de 22%. Essa popularização tem gerado consequências sérias para a saúde da população. 

Segundo o médico Marcelo Rabahi, pneumologista do Einstein Goiânia, os dispositivos eletrônicos, muitas vezes vistos erroneamente como uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, podem provocar lesões ainda mais perigosas nos pulmões. ‘‘Isso ocorre porque as partículas inaladas são muito menores do que as do cigarro convencional, o que permite que alcancem mais rapidamente as regiões mais profundas dos pulmões, como os alvéolos”, comenta. 

Além disso, o funcionamento do cigarro eletrônico envolve a vaporização de líquidos a temperaturas extremamente altas. Esse calor elevado, somado à profundidade de penetração das partículas, provoca uma lesão térmica direta no tecido pulmonar. Como os pulmões não possuem sensores de dor ou temperatura, o usuário não percebe que está sendo exposto a uma queima intensa, e muitas vezes maior do que a gerada pela fumaça da combustão do cigarro tradicional. 

Segundo Rabahi, na prática clínica tem sido cada vez mais comum o atendimento de jovens previamente saudáveis com quadros graves de pneumonia pelo uso de cigarro eletrônico. “Esses casos têm características distintas das pneumonias tradicionais e estão associadas à inflamação aguda provocada pela exposição direta aos aerossóis quentes e às substâncias tóxicas presentes nos líquidos usados nos dispositivos”, detalha. 

Diante desse cenário, é importante manter a atenção redobrada para sintomas respiratórios agudos, como falta de ar, dor no peito, tosse persistente e febre, em adolescentes e jovens usuários de cigarro eletrônico. “É fundamental que profissionais de saúde, educadores e familiares estejam atentos, não apenas para o diagnóstico precoce, mas também para ações preventivas e campanhas de conscientização que combatam o mito de que o cigarro eletrônico é inofensivo”, finaliza.  

Sobre o Einstein Goiânia 
A unidade de Goiânia foi inaugurada em 2021 e é o primeiro hospital Einstein fora de São Paulo. Com 18 mil metros quadrados de área total, pronto atendimento 24 horas, 35 leitos operacionais, terapia intensiva e serviço de transplante de medula óssea, também conta com a primeira plataforma de cirurgia robótica do estado, com início em 2022, onde já atingiu a marca de 1500 procedimentos realizados até o momento. Em 2024, inaugurou o serviço de pediatria, que oferece uma jornada completa de atendimento para casos de alta e baixa complexidade em crianças e jovens. Além da assistência, a unidade possui um centro de ensino, inaugurado em 2023, com mais de 30 cursos de pós-graduação nas áreas de saúde e administração hospitalar, além de diversos cursos de curta duração. No mesmo ano, lançou também um centro de inovação, cujo objetivo é desenvolver tecnologias que possam beneficiar o setor de saúde na região.  

Por FatoMais Comunicação

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