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10 sintomas da Diabetes : primeiros sinais de aviso

O QUE É DIABETES MELLITUS?

O diabetes mellitus (DM) é a doença causada pelo excesso de glicose, um tipo de açúcar, na corrente sanguínea. Existem basicamente dois tipos de diabetes:

No DM2, os primeiros sinais e sintomas podem ser leves e passar despercebidos. Algumas pessoas podem ter a doença de forma quase silenciosa por vários anos, vindo apenas a descobri-la de forma acidental através de exames de sangue solicitados por qualquer outro motivo.

Quem nunca faz exames pode acabar descobrindo a doença muito mais tarde, quando já existem sintomas graves provocados por lesão de órgãos, como olhos, rins, nervos, coração ou pele (leitura sugerida: Lesão renal pelo diabetes – nefropatia diabética).

O DM1, por sua vez, costuma ter sintomas iniciais mais graves e de fácil reconhecimento, motivo pelo qual a doença costuma ser identificada precocemente, antes que existam lesões de órgãos.

Nesse artigo vamos falar apenas dos sintomas iniciais do diabetes, aqueles que servem de aviso sobre a possibilidade da existência da doença. Aqui não iremos abordar as lesões de órgãos alvo provocadas pela hiperglicemia a longo prazo.

Também não iremos falar sobre o pré-diabetes, que é uma fase em que os níveis de glicose sanguíneos estão acima do normal, mas ainda não são altos o suficiente para caracterizar diabetes mellitus (leia: Pré-diabetes – Diagnóstico, Riscos e Tratamento).

Para ler especificamente sobre o diabetes tipo 1, acesse: Diabetes Mellitus tipo 1 – Causas, sintomas e tratamento.

INFORMAÇÕES EM VÍDEO

Antes de seguirmos em frente com o texto, se você quiser as informações em formato resumido, oferecemos nossas versões em vídeo e web stories. Sugerimos, porém, que não deixe de ler o restante do artigo, onde temos informações mais detalhadas sobre os sintomas do diabetes.


SINAIS E SINTOMAS DO DIABETES NA FASE INICIAL

Os 10 sinais e sintomas precoces mais comuns do diabetes são:

Excesso de urina

O excesso de urina, chamado em medicina de poliúria, é um dos primeiros sinais do diabetes.

Em condições normais, não há glicose na urina, pois toda a glicose que chega aos túbulos renais é reabsorvida de volta para o sangue. Porém, quando há hiperglicemia, geralmente com valores acima de 180 mg/dl, a quantidade de açúcar que chega aos rins é tão grande, que o mesmo não é capaz de reabsorver tudo, permitindo a perda de glicose pela urina.

Como não podemos urinar açúcar puro, o rim precisa diluir a glicose para poder eliminá-la. Portanto, quanto maior for a glicemia (concentração de glicose no sangue), mais intensa será a glicosúria (perda de glicose na urina) e maior será o volume de urina produzido ao longo do dia.

Se você quiser saber sobre todas as causas de urina em excesso, leia: Urina em excesso – O que pode significar?

Sede excessiva

Como vimos, o paciente diabético urina em excesso. Com isso, ele acaba perdendo mais água do que era suposto, ficando desidratado. Como a sede é o principal mecanismo de defesa do organismo contra a desidratação, não é surpresa nenhuma o fato dos diabéticos terem necessidade de beber mais água que o normal (leia também: Quantos litros de água devemos beber por dia?).

O paciente diabético que não controla adequadamente sua glicemia, seja por má aderência ao tratamento ou simplesmente porque ainda não descobriu que tem diabetes, acaba por entrar em um ciclo vicioso. O excesso de glicose aumenta a quantidade de água perdida na urina, fazendo o paciente urinar com grande frequência. A perda de água causa desidratação, que por sua vez desencadeia uma sede excessiva. O paciente bebe muita água, mas como a glicose continua muito alta no sangue, ele mantém-se urinando a toda hora.

Cansaço

O cansaço crônico é outro sintoma comum do diabetes e ocorre por dois fatores:

a. Pela desidratação, cujo mecanismo foi explicado no tópico anterior.
b. Pela incapacidade das células em receber glicose.

A glicose é a principal fonte de energia das células; é o combustível do nosso organismo. Quem promove a entrada de glicose do sangue para dentro das células é a insulina, que no diabetes tipo 1 é inexistente e no diabetes tipo 2 não funciona bem.

Portanto, como as células recebem menos glicose que o necessário, o organismo como um todo produz menos energia, o que leva a sintomas como fadiga e sensação de falta de energia.

Perda de peso

A perda de peso é um sintoma muito comum no diabetes tipo 1. Pode também ocorrer no diabetes tipo 2, mas não é tão frequente.

A insulina também é o hormônio responsável pelo armazenamento de gordura e pela síntese de proteínas no organismo. Como no DM1 há ausência de insulina, o paciente para de armazenar gordura e de produzir músculos. Além disso, como não há glicose para gerar energia, as células acabam tendo que gerá-la a partir da quebra de proteínas e dos estoques de gordura do corpo. Resumindo, o corpo sem insulina não gera músculos nem gorduras e ainda precisa consumir as reservas existentes.

Como no diabetes tipo 2 há insulina circulando no sangue, estes efeitos são menos evidentes. Além disso, no DM2, a resistência à ação da insulina vai se estabelecendo lentamente e de forma progressiva ao longo de anos, conforme o paciente vai engordando e ficando mais velho. Já o diabetes tipo 1 não está relacionado ao sobrepeso, é uma doença de origem imunológica na qual a produção de insulina cessa de modo relativamente abrupto.

Em geral, o paciente com DM1 é magro e o paciente com DM2 tem sobrepeso ou obesidade.

Fome excessiva

Como as células não conseguem obter glicose suficiente para gerar energia, o corpo interpreta a situação como se o paciente estivesse em jejum. O organismo precisa de energia e o único modo que ele conhece para obtê-la é através da alimentação.

Uma das características do emagrecimento do diabetes tipo 1 é que ele ocorre apesar do paciente alimentar-se com frequência. O paciente come, mas a glicose ingerida não é aproveitada e acaba sendo eliminada pela urina. Como as células recebem menos glicose que o necessário, o paciente rapidamente sente necessidade de comer novamente. Em fases mais avançadas da doença, esse ciclo costuma ser interrompido, e paciente começa a perder o apetite, o que contribui ainda mais para a perda de peso.

O paciente diabético tipo 2, por sua vez, não costuma emagrecer porque ele produz insulina. Essa insulina tem dificuldade de pôr a glicose para dentro da célula, mas ela ainda consegue transformar o excesso de glicose no sangue em reservas de gordura. O paciente come, uma pequena parte vai para as células, outra sai na urina e o restante é transformado em gordura.

Visão embaçada

Um sintoma muito comum do diabetes é a visão turva. O excesso de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino, a lente do olho, mudando sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco, o que torna a visão embaçada. A visão costuma ficar turva quando a glicemia está muito elevada, voltando ao normal após o controle do diabetes.

Essa alteração nos olhos não tem nada a ver com a retinopatia diabética, a complicação oftalmológica que pode surgir após anos de diabetes.

Cicatrização deficiente

O excesso de glicose no sangue, quando corre de modo crônico, causa inúmeros distúrbios no funcionamento do organismo. A dificuldade em cicatrizar feridas ocorre por uma diminuição da função das células responsáveis pela reparação dos tecidos, diminuição da proliferação celular e dificuldade de gerar novos vasos sanguíneos.

Com o passar do tempo, o diabetes também causa lesão dos nervos, fazendo com que o paciente tenha menos sensibilidade na pele, principalmente nos membros inferiores. Lesões nos pés podem surgir e se agravar sem que o paciente sinta muita dor ou incômodo. Pequenas feridas podem demorar a se fechar ou até piorar com o tempo, se o paciente não tiver cuidado com elas.

Infecções

O diabetes também provoca distúrbios no sistema imunológico por alterar o funcionamento das células de defesa. O diabético pode ser considerado um paciente imunossuprimido e apresenta maior risco de desenvolver infecções, nomeadamente infecção urináriainfecções de pelecandidíase e pneumonia.

Mau Hálito

Como há deficiência de insulina, as células não recebem a quantidade adequada de glicose e precisam utilizar os estoques de gordura do corpo como fonte de energia. A quebra das gorduras gera três substâncias conhecidas como cetonas ou corpos cetônicos: β-hidroxibutirato, acetoacetato e acetona.

As cetonas são eliminadas na urina e pelos pulmões através da respiração, motivo pelo qual o paciente pode desenvolver um hálito ruim, com um odor meio adocicado e azedo. Esse quadro é chamado de hálito cetônico e pode ocorrer também em pessoas saudáveis que fazem jejum prolongado ou que tenham uma dieta com muita restrição de carboidratos.

O mau hálito no paciente diabético também pode ser provocado por infecção das gengivas ou dos dentes, que são mais comuns nos diabéticos do que na população em geral.

Cetoacidose diabética

A cetoacidose diabética é uma complicação do diabetes tipo 1, sendo muitas vezes o primeiro sinal da doença.

Conforme explicado no tópico anterior, a falta de glicose nas células leva à produção dos corpos cetônicos. O β-hidroxibutirato e o acetoacetato são substâncias ácidas, que, quando geradas em grande quantidade, podem causar acidificação do sangue, um quadro chamado de cetoacidose.

Em situações de jejum prolongado, dietas restritivas ou até mesmo no DM2, a quantidade de cetoácidos produzida não é grande o suficiente para provocar acidose grave. No DM1, porém, como há completa ausência de insulina, a produção de cetoácidos é imensa e acidose gerada pode ser bem grave, fazendo com que o pH do sangue caia a níveis perigosos, potencialmente fatais.

A cetoacidose diabética é uma emergência médica e costuma ocorrer quando os níveis de glicose no sangue ultrapassam os 500 mg/dl.

Os sinais e sintomas mais comuns da cetoacidose são náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental, prostração e dificuldade respiratória.


REFERÊNCIAS


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Fonte: mdsaude.com

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