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Além do TPO, especialista alerta para outros riscos de segurança nos salões de beleza

CEO da Ruse Esmalteria, Débora Menino, alerta que clientes se preocupam com polêmicas e deixam de observar esterilização, selagem e testes aprovados pela Anvisa.

Enquanto a discussão sobre o uso de TPO em esmaltes domina comentários e vídeos nas redes sociais, profissionais do setor alertam que a preocupação do público pode estar direcionada para o lugar errado. A CEO da Ruse Esmalteria, Débora Menino, defende que a verdadeira ameaça à saúde não está na substância química, mas na ausência de protocolos rígidos de biossegurança nos salões de beleza.

“Vejo muita gente apavorada com o TPO, mas não verifica se o estúdio onde faz a unha segue normas básicas exigidas pela Anvisa”, afirma Débora. “A mesma pessoa que critica o TPO fuma cigarro, come salgadinhos ultraprocessados, bebe refrigerante e esquece de observar o mais importante: se os instrumentos usados nela estão realmente esterilizados.”

CEO da Ruse Esmalteria, Débora Menino

Segundo a CEO, a maior parte dos consumidores não sabe sequer o que exigir de um salão seguro. Isso abre espaço para práticas perigosas, que podem transmitir fungos, bactérias e até vírus — riscos muito mais concretos e imediatos do que os associados ao TPO.

Débora destaca que existem sinais claros que indicam se o estabelecimento realmente segue protocolos de biossegurança:

Esterilização de verdade e aprovada pela Anvisa

Um salão responsável precisa possuir autoclave profissional, a única tecnologia capaz de eliminar totalmente microrganismos. E mais: a máquina deve passar por testes de eficácia, que comprovam que o ciclo de esterilização funcionou.

“Muita gente não sabe que existe teste para verificar se a esterilização realmente aconteceu. E deveria perguntar isso sem constrangimento algum”, explica a CEO.

Selagem individual em papel grau cirúrgico

Instrumentos metálicos só podem ser esterilizados se forem embalados individualmente em papel grau cirúrgico, próprio para autoclave. “Se o salão usa saquinhos comuns ou coloca tudo junto, não está esterilizando nada. Está apenas simulando segurança”, afirma.

Controle e registro dos ciclos de esterilização

Estúdios sérios mantêm controle de cada ciclo da autoclave, incluindo datas, horários e resultados dos testes biológicos.

“É como um prontuário de higiene. Sem isso, o cliente está no escuro.”

Limpeza prévia dos instrumentos

Antes da autoclave, existe um protocolo obrigatório:

  1. uso de detergente enzimático,
  2. limpeza em cuba ultrassônica,
  3. lavagem com detergente comum,
  4. e secagem completa, sem qualquer resíduo de umidade.

“Cada etapa importa. Se pular uma, o processo perde eficácia”, alerta Débora.

Polêmica do TPO ofusca o essencial, diz especialista

Para Débora Menino, o debate sobre o TPO está sendo desproporcional quando comparado aos riscos reais que os clientes enfrentam diariamente em salões comuns.

“Tem gente mais preocupada com TPO do que com instrumentos mal esterilizados. E isso é perigoso. Biossegurança deveria ser a primeira pergunta que o cliente faz ao entrar no salão, não a última.”

A CEO reforça que a escolha do local pode — literalmente — proteger ou colocar em risco a saúde do consumidor. “Beleza não é só estética: é responsabilidade. Sua segurança começa observando o básico.”

Por WP Conectada

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