Da sala de casa para os mercados do Brasil. Empreendedora começa como MEI e hoje vende chocolate premiado
Marca Majucau trabalha com o modelo Bean to Bar (do grão à barra), em que o fabricante controla toda as etapas da produção
Por Redação
“Espera, não tem cacau aqui!”, foi o que constatou Mariana Basaure, em 2018, ao analisar o rótulo de um chocolate popular. O item, supostamente o mais óbvio para a produção do alimento, era o que menos tinha naquela lista imensa de ingredientes. Foi a partir dessa indignação que a então técnica de enfermagem se aventurou na fabricação de chocolates, adotando para sua marca Majucau o modelo Bean to Bar (do grão à barra), sistema em que o fabricante controla a produção desde a aquisição dos grãos até a criação do produto final.
Mas, para chegar em 2024 com um produto premiado, o caminho de Mariana e seu marido, Junior, foi de muito estudo e dedicação. É essa trajetória que os empreendedores contam, mostrando a importância que a Lei do MEI, em vigência há exatos 15 anos, teve na história de vida do casal. Ela lembra que ambos sempre gostaram de se alimentar bem e de saber a origem dos produtos que consumiam. Além disso, com uma rotina desencontrada, cozinhar era uma atividade que faziam juntos. O casal aprendeu a cozinhar de pizza a sorvete, de yakisoba a granola e, enfim, chegaram ao chocolate.
“Quando eu vi aquela lista de ingredientes, deixei de comer um alimento que eu gostava exatamente por conta do que tinha nele”, lembra Mariana quando analisou o rótulo de um chocolate comum. A partir daí, foram muitas pesquisas até chegarem aos pilares do Bean to Bar que, segundo ela, envolve o bom relacionamento com o fornecedor, a certificação de que o produto não tem exploração de mão obra, nem está envolvido com o desmatamento.
“Com isso, percebi que muitos produtos que a gente consome estão ligados a práticas análogas à escravidão, por exemplo”, salienta.
Vi que comer é um ato político.
Mariana Basaure, empreendedora
Na esteira dessas reflexões e estudos, o casal decidiu investir. Ele vendeu o carro e começaram a comprar pequenas máquinas e até chegaram a produzir o próprio separador de cascas de cacau com canos de PVC e aspirador de pó.
Foto: arquivo pessoal
“A gente começou na sala de casa, em São Paulo”, recorda Mariana. No período de um ano, foram muitos testes que não deram certo, até que, em 2019, o sabor do chocolate que produziram agradou ao paladar dos dois, o suficiente para inscrever o produto em uma competição, que lhes rendeu o primeiro reconhecimento.
“Com o prêmio, a gente ficou muito confiante e aí, todo ano ganhávamos uma medalha”, diz. Paralelamente, os empreendedores foram aprimorando e fortalecendo o relacionamento com os produtores de cacau até que a produção crescesse. “Sempre nos certificando de que o produtor faz cacau fino, respeita natureza e que pessoas envolvidas na cadeia estão sendo beneficiadas”, reforça.
Então, a Majucau ficou pequena para a sala do casal. “Saímos de um espaço de 40m² para um de 120m²” e “evoluímos muito a questão organizacional e controle de produção”, comenta a empreendedora, ao citar o Sebrae como um grande parceiro. “A gente não sabia nada de financeiro. Aprendemos muito nas consultorias de finanças, marketing, controle de produção”, relata.
Foto: arquivo pessoal
De Microempreendedores Individuais (MEI), em 2019, o casal migrou para Microempresa (ME), em 2021 e, hoje, a Majucau coleciona prêmios, atua com seis funcionários e também está nas prateleiras físicas e virtuais.
Ficar no MEI nos deu tempo para nos prepararmos e nos organizarmos melhor como empresa, tanto na parte administrativa quanto na operacional. Com menos obrigações acessórias, ganhamos tempo e fôlego para estudar e entender melhor sobre gestão.
Mariana Basaure, empreendedora
Apesar do sucesso crescente, Mariana também pontua que existem dificuldades. “Empreender sendo pequeno é desafiador, porque as grandes marcas acabam espremendo muito a gente nas gôndolas de mercado”. De acordo com ela, os preços praticados pela Majucau correspondem a qualidade diferenciada do produto.
“A gente movimenta toda uma cadeia, mas acabamos sendo massacrados por grandes marcas”, lamenta. Ainda assim, ela afirma que seguirão trabalhando na criação de novos produtos para alcançar maior número de pessoas e segmentos. A marca que nasceu em São Paulo já rompeu fronteiras e está no Rio de Janeiro, no Acre e no Rio Grande do Sul.
Por Agência Sebrae de notícias
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