14 de janeiro de 2025
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Estudo revela que bebidas açucaradas aumentam risco de doenças cardiovasculares, mas outros tipos de doces não; entenda

A reforma tributária, em andamento no Brasil, incluiu as bebidas açucaradas na lista de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente

Uma nova pesquisa divulgou os riscos das bebidas açucaradas para a saúde cardiovascular. Recentes estudos indicam que o consumo excessivo de açúcar, especialmente na forma líquida, aumenta significativamente o risco de doenças como derrame, insuficiência cardíaca e aneurisma.

Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, observaram que enquanto o consumo de guloseimas ocasionais não representa grandes riscos à saúde, bebidas adoçadas são particularmente prejudiciais. Quem explica melhor é o médico intensivista e nutrólogo José Israel Sanchez Robles. De acordo com o especialista, a pesquisa diz que a ingestão regular de bebidas açucaradas, como refrigerantes, pode aumentar a probabilidade de doenças cardiovasculares e de complicações mais graves, como fibrilação atrial. “O estudo também revela que o açúcar em sua forma líquida tende a não gerar a sensação de saciedade, levando as pessoas a consumirem mais, o que contribui para o aumento de peso e de doenças associadas ao sobrepeso”, pontua.Vale lembrar que a reforma tributária, em andamento no Brasil, incluiu as bebidas açucaradas na lista de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, uma das medidas para combater essa tendência. Isso porque, gastos com tratamentos de doenças relacionadas ao açúcar representam aproximadamente R$ 3 bilhões anuais no sistema de saúde brasileiro. “Estudos realizados pela ACT Promoção da Saúde mostram que as bebidas açucaradas são responsáveis por cerca de 13 mil mortes anualmente no país e por mais de 20% dos casos de obesidade infantil, que afeta 2,9 milhões de crianças”, continua José Israel.“A maior parte dos problemas de saúde associados ao consumo de açúcar ocorre devido à regularidade no consumo. Ou seja, o consumo esporádico de doces ou refrigerantes não prejudica o organismo, mas sim quando a dependência que se cria quando esses produtos entram na rotina alimentar. Além disso, o consumo excessivo de açúcar não só contribui para doenças cardiovasculares, como também aumenta o risco de diabetes tipo 2 e de câncer de fígado”, explica o médico.

Ainda de acordo com o especialista, as pesquisas recentes também confirmam que o açúcar, presente nas bebidas adoçadas, favorecem o acúmulo de gordura visceral, que fica entre os órgãos, e pode prejudicar o funcionamento do fígado e a microbiota intestinal. “A adoção de políticas públicas que incentivem a redução no consumo de alimentos ultraprocessados, como a reforma tributária proposta, surge como uma oportunidade para promover uma alimentação mais saudável, protegendo a saúde da população e aliviando os custos com doenças relacionadas ao açúcar”, alerta José Israel.

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