O manejo da diabetes, em particular para pacientes que necessitam de terapia com insulina, pode ser complexo devido à exigência de múltiplas aplicações diárias. No entanto, um avanço promissor está prestes a redefinir essa realidade: a insulina de longa ação semanal, conhecida como Icodeca, com previsão de chegada ao Brasil em 2025. Essa formulação apresenta não apenas uma abordagem mais conveniente para o paciente, mas também potencial para aprimorar o controle glicêmico.
Estudos apresentados no 83º Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA) destacaram a eficácia da Icodeca em pacientes com diabetes tipo 2. Desenvolvida pela Novo Nordisk, essa insulina é administrada semanalmente, em contraste com as insulinas de aplicação diária, como a insulina glargina U100. Essa mudança no regime terapêutico pode representar uma melhoria significativa na adesão ao tratamento, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades com a rotina de múltiplas injeções diárias.
Além da conveniência, os resultados dos estudos indicaram que a insulina semanal proporcionou melhor controle glicêmico em comparação com a insulina glargina U100, reduzindo as flutuações glicêmicas e a incidência de hipoglicemia – uma complicação comum e perigosa associada ao tratamento com insulina. A Icodeca demonstrou superioridade na manutenção de níveis mais estáveis de glicose no sangue, o que pode ser crucial na prevenção de complicações microvasculares e macrovasculares associadas à diabetes.
O mecanismo de ação da Icodeca também se diferencia dos demais tratamentos disponíveis. Após a administração subcutânea, a insulina se liga temporariamente à albumina, uma proteína circulante, permitindo uma liberação sustentada e gradual da insulina ao longo de sete dias. Esse processo de liberação contínua mantém os níveis glicêmicos controlados sem a necessidade de ajustes diários, tornando o tratamento mais simples e eficaz para o paciente.
Com a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prevista para 2025, a introdução da Icodeca no Brasil promete revolucionar o tratamento da diabetes tipo 2. A simplificação do regime terapêutico, aliada à eficácia demonstrada no controle glicêmico, oferece uma nova perspectiva para o manejo da doença, proporcionando melhor adesão ao tratamento e reduzindo os riscos de complicações a longo prazo.
José Israel Sánchez Robles é médico intensivista e nutrólogo
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