Leucemia: diagnóstico precoce é a melhor prevenção
A leucemia, ainda que bastante conhecida pela população, é cercada de dúvidas relacionados aos seus fatores de risco
Aleucemia é uma doença maligna que afeta o sangue, e ainda de origem desconhecida. Ela é um câncer que tem início nas células-tronco existentes na medula óssea, de onde se originam as células sanguíneas. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula vão sendo substituídas por células anormais cancerosas, que não cumprem suas funções.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023/2025, serão diagnosticados mais de 11.540 novos casos de leucemia no Brasil.
Isso corresponde a um risco estimado de 5,33 por 100 mil habitantes, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,90 casos novos a cada 100 mil homens e 4,78 a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, a leucemia ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes.
A leucemia pode ser classificada como “aguda” ou “crônica” de acordo com a velocidade do crescimento das células doentes, assim como de sua funcionalidade. A doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo a neoplasia mais comum entre as crianças.
O impacto do diagnóstico e jornada de tratamento da doença é bastante desafiador, provocando mudanças físicas, emocionais e até mesmo sociais, não somente para os pacientes, mas também para seus familiares e cuidadores.
Causas da leucemia
A causa exata da leucemia não é conhecida, mas ela é influenciada por fatores genéticos e ambientais. Como outros tipos de câncer, as leucemias resultam de mutações no DNA, que podem ocorrer espontaneamente ou devido à exposição à radiação ou substâncias cancerígenas e são influenciadas por fatores genéticos.
Relação entre leucemia e trabalho
Trabalhadores expostos a determinadas substâncias químicas correm mais risco de desenvolver leucemia. O Ministério da Saúde inclui nesse grupo aqueles que trabalham na produção e aplicação de agrotóxicos; na produção de solventes, borrachas, resinas e plásticos; na indústria petroquímica; em radiologia; e em outras atividades. Nesses casos, a leucemia pode ser evitada com a adoção de medidas de prevenção adequadas.
Quais os sintomas da leucemia?
Os principais sintomas decorrem da falha na produção de glóbulos vermelhos (ocasionando anemia), de glóbulos brancos (deixando o organismo mais sujeito a infecções) e de plaquetas (causando sangramentos, manchas roxas ou pontos vermelhos sob a pele). Os sintomas mais frequentes são:
- Fraqueza;
- Sangramentos;
- Manchas roxas no corpo;
- Dores nas pernas;
- Febre;
- Gânglios aumentados;
- Dor e aumento na região esquerda do corpo (baço).
Diagnóstico de leucemia
A partir do relato de sintomas feitos pelo paciente, o médico solicita o hemograma (exame de sangue). Caso se apresente alterado, é feito o exame da medula óssea (mielograma).
Diagnosticada a leucemia, o início do tratamento deve ser imediato.
Tratamento da leucemia?
O tratamento é definido de acordo com o tipo de leucemia e com as características do paciente. O objetivo é sempre destruir as células anormais, para que a medula óssea volte a produzir células saudáveis. Isso é feito com a quimioterapia, controle das complicações e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).
Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.
Confira abaixo um falso e verdadeiro sobre a doença.
Existe apenas um tipo de leucemia?
Falso. Ao todo, existem mais de doze tipos de leucemia, que são classificadas a partir da velocidade de progressão da doença ou o tipo de célula comprometida¹. A divisão mais clássica é entre crônica e aguda, que caracterizam o desenvolvimento e agressividade da doença, sendo crônica o surgimento mais lento e aguda mais agressiva, e mieloide e linfoide, que estão relacionadas com o tipo de células afetadas, sendo células mieloides mais comuns em adultos e células linfoides em crianças.
Os sintomas da leucemia podem ser confundidos com outras doenças?
Verdade. Os principais sintomas da leucemia são anemia, cansaço, palidez e fadiga, queda de imunidade, baixa na contagem de plaquetas, infecções persistentes, febre, hematomas, sangramentos espontâneos, aumento do baço e fígado ou manchas vermelhas na pele, que podem ser característicos em diversas outras doenças. Por isso, é importante ir ao médico para que seja feito o diagnóstico correto.
Leucemia tem cura?
Verdade. Receber o diagnóstico de um câncer nunca é um momento fácil, mas é preciso lembrar que a leucemia tem cura. Atualmente, todos os tipos dessa doença são tratáveis e, em grande parte das vezes, podem ser curados. Porém, para que isso aconteça, é preciso identificar o câncer precocemente e determinar, por meio de exames, qual o tratamento mais adequado.
É possível prevenir a leucemia?
Falso. As causas da leucemia ainda não são conclusivas, fazendo com que seja difícil sua prevenção¹. Entretanto, existem alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolver a doença, como tabagismo, exposição à radiação, tratamento com quimioterapia e radioterapia e síndromes genéticas.
O paciente pode precisar de isolamento durante o tratamento?
Verdade. A leucemia é uma doença que afeta os glóbulos brancos, células responsáveis pela defesa do organismo. Por isso, há uma diminuição na capacidade do organismo combater infecções. Durante o tratamento, muitos pacientes devem ficar isolados para não correrem risco de contaminação.
Leucemia tem tratamento?
Verdade. A jornada de tratamento da leucemia é bastante desafiadora, mas o cenário de tratamento evoluiu muito nos últimos anos. Após o diagnóstico é necessário que seja realizado um planejamento global de tratamento para que a melhor opção disponível seja iniciada.
Atualmente, o tratamento pode ser feito com quimioterapia, que é o tratamento padrão, terapia biológica e terapia-alvo – tratamento mais recente que ataca especificamente as células cancerígenas, provocando poucos danos às células normais, menos efeitos colaterais, aumento de sobrevida e manutenção da qualidade de vida aos pacientes.
Como uma etapa final da jornada, o paciente pode ser encaminhado para o transplante de medula óssea, que é a principal chance de cura para a leucemia.
A leucemia não pode ser diagnosticada por exame de sangue?
Falso. Por meio do hemograma (exame de sangue), é possível identificar alterações como escassez de glóbulos vermelhos, alteração na contagem dos glóbulos brancos e menor número de plaquetas, que podem ser o primeiro indício para a doença. Mas, para confirmação do diagnóstico, é necessário realizar exames específicos, para que seja possível seguir com o tratamento mais eficaz e personalizado para o paciente.
A anemia pode se transformar em leucemia?
Falso. A anemia pode ser um sintoma, mas não um fator de risco para o desenvolvimento da leucemia.
As causas mais comuns de anemia na população são relacionadas à ausência de algum elemento no organismo. A mais comum é por deficiência de ferro, que pode estar relacionada à dieta ou por perda crônica de sangue. A anemia hemolítica (doença autoimune onde os anticorpos atacam os glóbulos vermelhos do próprio organismo) também não predispõe à leucemia.
No entanto, a exceção à regra ocorre somente se o paciente tiver uma síndrome mielodisplásica, doença da medula óssea que se inicia como anemia e posteriormente pode se desenvolver em uma leucemia. O ideal é sempre manter seus exames em dia e seguir as recomendações médicas.
O tabagismo aumenta a predisposição para leucemia?
Verdade. Entre as diversas substâncias tóxicas encontradas no cigarro, algumas podem aumentar a incidência de cânceres hematológicos, como a leucemia. Elementos como metais pesados e o benzeno são os principais influenciadores. O tabagismo durante a gravidez pode influenciar no desenvolvimento dessas doenças para os filhos.
A alimentação interfere no risco de leucemia?
Falso. Apesar de os hábitos alimentares saudáveis serem importantes para a prevenção de tumores sólidos, como no intestino, na mama e no abdômen, não há estudos que apresentam a ligação da dieta com o risco de desenvolver leucemia. De qualquer modo, a alimentação balanceada colabora para a saúde como um todo e permanece como questão importante no cotidiano.
Somente quem tem contato com produtos químicos desenvolve leucemia?
Falso. A exposição a produtos químicos, como agrotóxicos, pesticidas e herbicidas, pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da leucemia. Outras causas, como síndromes hereditárias e o tabagismo, também podem predispor a esse câncer hematológico, que ainda apresenta muitos casos de origem desconhecida. Mantenha seus exames em dia e siga sempre as orientações médicas.
Fontes
As referências usadas nesta mtérias são as seguintes:
INCA – Leucemia
Leucemia ou câncer de sangue: principais sinais e cuidados após o diagnóstico
Ministério da Saúde – Cura e controle da leucemia dependem de diagnóstico e intervenção precoces
Por Ministério da Saúde
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