Novas pesquisas mostram ligação entre consumo de álcool e aumento de câncer
Médico explica quais foram os fatores que provam tais evidências; entenda
Um novo relatório da American Association for Cancer Research revela ligações preocupantes entre o consumo de álcool e o aumento de casos de câncer, especialmente entre adultos com até 50 anos. O estudo destaca um aumento nas taxas de câncer de mama e câncer colorretal nesta faixa etária nas últimas décadas, conforme explica o médico nutrólogo e intensivista José Israel Sanchez Robles, ao evidenciar que o uso de álcool pode ser um fator impulsionador dessa tendência.
“Apesar da redução na mortalidade por câncer devido aos avanços terapêuticos, a incidência de vários tipos de câncer continua a aumentar, especialmente entre adultos jovens. De acordo com o relatório divulgado, aproximadamente 40% dos casos de câncer estão relacionados a fatores de risco modificáveis, como o consumo de álcool, dieta inadequada e sedentarismo. O documento recomenda uma redução significativa na ingestão de álcool, além de outras medidas de estilo de vida, como a cessação do tabagismo e a adoção de uma alimentação saudável, como estratégias preventivas para reduzir o risco de desenvolvimento dessas neoplasias”, explica o especialista.
O médico alerta, ainda, que outras pesquisas mostram que, até hoje, mais da metade da população não está ciente de que o álcool aumenta o risco de câncer. “É preocupante que grande parte da população ainda não compreenda plenamente os riscos associados ao consumo de álcool, especialmente quando feito de forma excessiva”. Dr. José Israel relembra que as evidências que associavam o consumo moderado de álcool a benefícios à saúde, especialmente no que se refere à saúde cardiovascular, têm sido amplamente questionadas por estudos mais recentes. .
“Um estudo recente realizado com mais de 135.000 adultos na Inglaterra demonstrou que tanto os consumidores moderados quanto os leves de álcool apresentaram taxas mais elevadas de mortalidade por câncer em comparação aos bebedores ocasionais”, completou o médico.
Ainda sobre o relatório divulgado recentemente, há evidências de que o álcool está ligado a pelo menos seis tipos de câncer, incluindo os de mama, fígado e esôfago. Em 2019, cerca de 5,4% dos diagnósticos de câncer nos Estados Unidos foram atribuídos ao consumo de álcool. “Apesar dessas evidências, a conscientização sobre a relação entre o consumo de álcool e o risco de câncer permanece baixa, especialmente entre mulheres jovens. Menos de um terço das mulheres entre 18 e 25 anos está ciente de que o álcool aumenta o risco de câncer de mama”, lembra José Israel.
“Fatores que contribuem para o aumento da incidência de câncer colorretal incluem o consumo regular de álcool, que altera o microbioma intestinal, favorecendo potencialmente o crescimento tumoral. Além disso, o álcool pode elevar os níveis de estrogênio em mulheres, aumentando o risco de câncer de mama”, explicou o especialista.
Ainda de acordo com o médico, essa incidência crescente de câncer exige uma necessidade urgente de maior conscientização pública. “Os autores do relatório recomendaram a implementação de campanhas informativas e a inclusão de rótulos de advertência específicos em bebidas alcoólicas com a maior brevidade possível. Enquanto essas medidas não são implementadas, a recomendação é reduzir ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas. A adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos continuam sendo as melhores estratégias para a prevenção de diversos problemas de saúde a longo prazo”, conclui José Israel.
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