26 de dezembro de 2024

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Pílula que imita efeitos de exercícios e do jejum é testada por cientistas; entenda

Nutrólogo conta o que já se sabe sobre avanço da chamada ‘Lake’, mas reforça que “não há milagres”

Médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles

Depois de anos de estudos, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, chegou à fase avançada de testes clínicos da pílula ‘LaKe’, que promete simular os efeitos benéficos do exercício físico e do jejum no corpo humano. Embora ainda esteja em fase de testes, essa descoberta pode revolucionar a maneira como encaramos a saúde e o condicionamento físico, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades em manter uma rotina de exercícios. Quem explica melhor é o médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles.

“A molécula LaKe, testada em forma de pílulas, demonstrou em experimentos com ratos, a capacidade de mimetizar a resposta metabólica do corpo ao exercício. Isso inclui o aumento dos níveis de lactato e cetonas, substâncias que o organismo produz naturalmente durante atividades físicas e jejum, ou seja, resultados preliminares indicam uma série de benefícios potenciais para a saúde, como queima de gordura, melhora da saúde metabólica, aumento da sensibilidade à insulina, sensação de bem-estar, e controle do apetite”, explicou o especialista.

Ainda segundo os próprios pesquisadores, a pílula pode ter um papel crucial na prevenção e tratamento de doenças crônicas associadas ao sedentarismo, como obesidade, diabetes e hipertensão. “Caso comprovados os benefícios após todas as fases desenvolvimento deste produto, a LaKe poderia ser particularmente benéfica para pessoas com limitações de mobilidade, permitindo que elas desfrutem de algumas das vantagens do exercício, como a perda de peso e a melhora na saúde mental, sem a necessidade de atividade física intensa”, completa José Israel.

Apesar disso, o médico reforça com veemência que a pílula não é vista como uma solução mágica ou um substituto para a prática de exercícios. “Não há milagres, os benefícios do exercício regular, tanto para a saúde física quanto mental, são inegáveis e continuam sendo fundamentais. A LaKe pode ser encarada como um complemento, oferecendo suporte a quem luta para se manter ativo, mas não deve substituir a atividade física, assim como dificilmente alguma pílula fará”.

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Vale lembrar que a pesquisa sobre a pílula LaKe é comentada na imprensa mundial há cerca de 8 anos, mas agora é que está em estágios iniciais de testes, e os cientistas alertam que mais estudos são necessários para avaliar sua segurança e eficácia a longo prazo. Ainda assim, os resultados até agora são promissores e podem abrir novos caminhos no combate ao sedentarismo e suas consequências.

“Enquanto isso, e mesmo após um possível lançamento da Lake, que deve demorar mais alguns anos, a prática diária de exercícios físicos, somada a uma dieta de alimentos saudáveis será sempre a receita ideal para uma vida com mais qualidade e saúde”, conclui José Israel.

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