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Sala de aula: Saberes ancestrais (7 links para desenvolver práticas pedagógicas sobre o tema)

Para pesquisador, conhecimentos dos povos tradicionais e originários são a base da nossa história

Saberes ancestrais são aqueles produzidos pelos povos originários e tradicionais e que possuem uma importância cultural e identitária, como explica o geógrafo e doutor em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Carlos Eduardo de Araújo.

Por Leonardo Valle (Instituto Claro)

“São conhecimentos produzidos pelos povos ao longo da história antes dos saberes científicos, que se instalaram a partir do século XVII. Eles alimentaram a ciência moderna, mas com o eurocentrismo e a colonização, foram excluídos, fragmentados e reduzidos. Mas a partir desses conhecimentos é que foram construídos a nossa história e a nossa cultura”, destaca.

Na educação, o pesquisador explica que, ao lado dos saberes científicos, os conhecimentos ancestrais ajudam a responder a questões dos tempos de hoje.

“O aluno percebe que seus pais e avós têm conhecimentos sobre a terra, sobre a vida, sobre a fauna e flora que foram passados de geração para a geração, e tudo isso compõe a nossa identidade”, descreve o geógrafo.

“Esses elementos fazem com que o estudante se aproxime da sua realidade. Ajuda-o a pensar a relação do ser humano com a Terra, os desejos e problemas comuns da humanidade. Além disso, é um tema transversal, ou seja, atravessa todas as disciplinas”, completa.

Contribuições em diferentes áreas

Para os professores que desejam trabalhar com saberes ancestrais na educação, Araújo indica pesquisar as contribuições em todas as dimensões da realidade de povos tradicionais e originários, assim como de pessoas afro-brasileiras.

“Nós temos escritores, cineastas, artistas e profissionais indígenas de todas as áreas, por exemplo, além de filósofos que pensam os saberes ancestrais, como Daniel Munduruku, Graça Graúna, Ailton Krenak, Marcos Terena, Edson Caiapó, entre outros”, recomenda.

Conheça sete links para desenvolver práticas pedagógicas vinculadas a saberes ancestrais.

E-book – Futuro Ancestral (Porvir)

O material traz reflexões e dicas para trabalhar racismo ambiental e justiça climática com alunos de toda a educação básica.

Dissertação – Os saberes ancestrais que circulam na escola do Quilombo Mata Cavalo/MT na perspectiva dos jovens do ensino médio, de Reginaldo Eugênio de Icon Carvalho (2023)

A pesquisa analisa os sentidos que jovens do ensino médio atribuem aos saberes ancestrais trabalhados pela escola quilombola. Foram ouvidos jovens quilombolas que frequentam a Escola Estadual Quilombola Professora Tereza Conceição de Arruda, no Quilombo Mata Cavalo, município de Nossa Senhora do Livramento (MS). “Os saberes ancestrais são transmitidos aos jovens pela comunidade e fortemente trabalhados pela escola, dialogando com suas perspectivas de futuro”, explica o autor.

Artigo – História da mandioca: entre saberes ancestrais e territórios de culturas, de Daniely Meireles do Rosário e outros (2023)

O artigo narra uma trajetória didática desenvolvida com alunos do 2º ano do ensino médio a partir do grupo de estudo “História da mandioca: conhecimentos indígenas em circulação atlântica”, inserido dentro do Projeto Cartografia da Cultura Afrobrasileira e Indígena.

Reportagem – Ensinar contribuições do povo cigano na formação do Brasil combate preconceitos na escola

A matéria destaca pontos da cultura do povo tradicional cigano que podem ser trabalhados com alunos e indica materiais para apoiar o trabalho pedagógico sobre o povo.

Especial – Educação decolonial: confira possibilidades de abordagem em 10 disciplinas

O especial “educação decolonial” lista de dez disciplinas do currículo escolar que podem ser ensinadas a partir de uma perspectiva decolonial, destacando a contribuição de diferentes povos para o currículo escolar. Entre as disciplinas abordadas estão matemática, língua inglesa, história, educação física, química, física, geografia e educação ambiental.

Vídeo – Série Olhares Ubuntu

Série de vídeos curtos desenvolvida pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP-Campus Matão) que relaciona a temática étnico-racial com a história, cultura, educação, literatura e política por meio de entrevistas com pesquisadores e lideranças de diversas áreas do conhecimento. O conteúdo pode ser explorado por professores da educação básica de diferentes disciplinas. Entre as produções está “Congada: prática de saberes ancestrais africanos”, com o professor Bruno Alexandre Roque.

Podcast – A educação escolar quilombola: a experiência de Trigueiros-PD (Educação e Relações Étnico-Raciais no Brasil, Fundação Santillana)

O podcast traz uma entrevista com o professor Romero de Almeida, mestre em educação pela Universidade de Pernambuco (UPE) e desenvolve pesquisas na área de educação escolar quilombola nos contextos da política educacional e do currículo quilombola.

Veja mais:

Como trabalhar racismo ambiental e justiça ambiental na escola?

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8 autores indígenas para apresentar na educação básica

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Fonte: institutoclaro.gov.br

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